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A vitrine da pandemia

A vitrine da pandemia
Andréa de Souza
jun. 17 - 4 min de leitura
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Se a necessidade de se ter um produto ou uma empresa online nasceu juntamente com a aurora do século XXI, essa necessidade se tornou mais do que evidente durante os primeiros meses da pandemia, em que a criatividade de reinvenção talvez tenha se mostrado mais relevante do que muitos conhecimentos adquiridos em anos de práticas mercadológicas estagnadas. Não ter uma presença online custou o negócio de muitos. Por outro lado, muitas empresas encontraram uma nova oportunidade de abordagem, uma nova configuração nesse período. Quem esteve atento às mudanças dos últimos anos tem conseguido passar relativamente bem por esse momento tão delicado.

As motivações para se ingressar no mundo virtual são inúmeras, a começar pelo fato de que mais da metade da população brasileira está na web. Segundo a  FGV são 424 milhões de dispositivos digitais, dentre computadores, notebooks, tablets e smartphones em uso, apenas no Brasil. São mais de 240 milhões de aparelhos celulares utilizados por todas as classes sociais, permitindo acesso a qualquer hora e lugar, ocasionando pessoas se relacionando, produzindo e disseminando conteúdo, jogando online ou buscando promoções imperdíveis pela Internet. Atualmente a maioria das pessoas não se desconecta mais nem enquanto dorme!

O sentimento de empatia e a construção de um relacionamento sólido com os consumidores tornou-se algo mais importante do que fazer vendas diretas e as mídias sociais digitais se transformaram em verdadeiras fontes de recomendações pessoais. Sua consolidação tornou-se a maior oportunidade mercadológica desde a invenção dos comerciais de televisão. Por meio delas é possível fazer uma "radiografia" completa de uma pessoa, podendo-se extrair de lá as informações mais pertinentes ao objetivo de cada interessado.

As redes sociais online se tornaram a maior vitrine de oportunidades durante a pandemia iniciada em 2020. Com a permanência em casa, os consumidores se viram obrigados a uma mudança de hábitos. Mesmo quem já tinha o costume de comprar online intercalava essas compras com uma ida ao supermercado ou ao shopping, práticas que se tornaram insustentáveis no início da quarentena. Escolhas voltadas à alimentação, ao conforto e ao lazer tiveram que ser adaptadas ao isolamento social, sem mencionar o aumento das compras por impulso, em sua maioria feitas como forma de compensação, um dos efeitos da pandemia para a saúde mental.

O consumidor foi se tornando cada vez mais presente no ambiente online e o setor de e-commerce teve um crescimento recorde, de 75% apenas nos primeiros meses da pandemia. Um estudo realizado pela All in e Social Miner apontou que as lojas online tiveram 42,9 milhões de consumidores únicos somente em 2020, sendo 47% deles (20 milhões) estreantes.

As variações de agravamento ou melhora nos quadros de Covid têm influenciado diretamente o mercado digital.Durante os momentos brandos da pandemia, como ocorreu entre os meses de agosto e setembro de 2020, por exemplo, cadastros em sites de moda e acessórios voltaram a crescer 53%. Já os cadastros em sites de alimentos e supermercados (que apresentaram alta no início da pandemia) caíram 78%, devido ao fato de as pessoas terem retomado o consumo nas lojas físicas nesse período. Ainda de acordo com os dados de mobilidade do Google, quando as restrições de acesso aos espaços públicos são reduzidas, o aumento das compras online é percebida, quando as restrições são abrandadas, as pessoas voltam a buscar experiências nas lojas físicas. As empresas que já estão fazendo uso do omnichannel certamente estão ganhando o gosto do consumidor nesse momento.

Conforme o pensamento dos estudiosos Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) os profissionais de marketing precisam identificar as ansiedades e desejos dos seus consumidores para, então, almejar suas mentes, corações e espíritos. Por isso, é necessário identificar aquilo que o consumidor deseja, e não existe praça melhor do que as redes sociais online para se buscar essas informações e devolvê-las em forma de produtos e serviços a esses consumidores, seja em qual momento for, a necessidade e o desejo sempre estarão latentes.


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