Certa vez, estava conversando com minha prima adolescente chateada por "ter que ir para a igreja" como uma ordem da mãe. Expliquei para ela: "já parou para pensar que ela te ama tanto que, na sua perspectiva, não pode permitir que você não esteja no céu?". Em outra conversa, com um colega, refleti: "se tivéssemos nascido em outro país, como a Índia ou o Japão, provavelmente, teríamos uma outra religião não cristã, ou um outro Deus".
É difícil conceber tais realidades e perspectivas quando não temos nenhuma conexão com aquele ponto de vista. E isso pode acontecer com seus negócios.
O fato de trabalharmos com um produto e entendermos bastante sobre suas funcionalidades, não significa que estaremos prontos para entender a perspectiva do consumidor. Para isso, é necessário realizar um estudo mais apurado sobre PARA QUEM estamos falando.
A tecnologização das coisas, como comunidades e meios de comunicação, traz às plataformas digitais um campo rico de informações que podem ser coletadas e analisadas a fim de entendermos mais do público-alvo.
Um campo de estudos que busca entender as pessoas e seus aspectos e códigos de diferentes grupos culturais é a Antropologia. Atualmente, como estamos bastante codificados na internet, essa área da ciência tem o ambiente digital como um campo de estudos. É o que chamados de Antropologia Digital Aplicada – também conhecida como etnografia digital ou netnografia –, que busca decodificar valores por meio do universo da escrita clicável e mapear a estrutura de signos e significados das mídias.
E por que isso é importante?
Vai além de entendermos o comportamento de compra, mas compreendermos os valores que estruturam a visão de mundo daquele grupo, o público-alvo, em relação à realidade. Isso constrói uma sólida linguagem da marca, que conversa com fluência com o consumidor.