Para quem está iniciando uma comunidade online e não sabe por onde começar, um bom caminho é seguir o exemplo das formigas. Para Marc Frank, desenvolvedor de comunidades em todo o mundo para o Google, a forma como esses pequenos animais se organizam pode trazer boas lições para os gerentes desse segmento.
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De acordo com a observação de Frank, algumas considerações podem ser tiradas e aplicadas na gestão de comunidades online. São princípios que as formigas possuem naturalmente e que podem apresentar bons resultados para os grupos onde as pessoas se reúnem na internet.
É por isso que hoje eu trouxe para você as 5 regras que as formigas que podem ensinar para a sua comunidade online. São teorias super simples e que vão servir como guias para o gerenciamento do seu projeto. Veja só!
Não há chefes
Mesmo que existam hierarquias entre os usuários, não existem postos de comando nas comunidades. Claro que podem existir usuários com diferentes atribuições, como os administradores e moderadores, no entanto eles apresentam uma postura de monitoramento e organização, não de chefia.
Esse caso deu origem ao termo “chaord”, que seria “caos na ordem”, em tradução livre. Segundo esse conceito, uma comunidade pode sim ser “caórdica”, ou seja, sem chefes, porém organizada e agradável para quem faz parte dela.
Precisamos entender que a ambiente deve ser convidativo para os participantes. Atitudes que soem repreensivas demais ou autoritárias acabam afastando os integrantes. Esse conceito deve ser lembrado na hora da tomada de decisões sobre acontecimentos na comunidade, como o bloqueio de um usuário ou a remoção de um comentário.
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Marc destaca que em comunidades online precisamos “agir localmente e pensar globalmente”. Isso quer dizer que as ações, por menores que sejam, devem seguir o planejamento estratégico geral do projeto.
Rede de trabalho descentralizada
Descentralização. Anote essa palavra em um post-it e deixe-o bem visível em sua estação de trabalho. Sua comunidade vai se desenvolver ao redor desse conceito. Ele conduz à uma estrutura horizontal, onde cada um pode se comunicar com outra pessoa, onde quer que ela esteja. Nesse contexto, todos estão no mesmo nível e tem acesso direto entre si, sem precisar passar por intermediários.
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Isso facilita a formação de relações entre os membros da comunidade, o que por sua vez aumenta o engajamento e a participação das pessoas em ações do grupo. Quanto mais espaço e autonomia você der para seus participantes, mais livres eles irão se sentir para fazer parte do projeto.
Note que isso não significa que não haverá controle, mas sim que é preciso tirar toda a responsabilidade do colo do gerente de comunidade online.
Uma formiga é livre em seus movimentos e respostas
De acordo com cada espécie, podem ocorrer entre 20 a 40 reações diferentes em uma formiga para uma determinada ação. Isso torna a sua resposta quase imprevisível em determinadas situações.
Isso não é algo notado logo de cara. É necessário que milhares delas se juntem, organizem-se e rapidamente forme uma colônia para que esse fator seja observado.
Na comunidade, isso significa que é necessário o grupo ganhar corpo para podermos tirar conclusões sobre o movimento coletivo, e mesmo assim, alguns resultados inesperados podem surgir de acordo com o fluxo e as atitudes de cada um dos participantes.
A colônia é tolerante a falhas
Mesmo que uma formiga morra ou desapareça, as outras continuam fazendo o trabalho delas e logo a ausência é suprida. De certa maneira, esse conceito também é visto em uma comunidade online. Pequenos deslizes são permitidos pelos usuários, desde que seja garantido o funcionamento geral e o futuro da comunidade sem grandes impactos.
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A engenharia aplicada por trás disso tudo é a junção da auto-organização com a emergência. Nela, todos os indivíduos se comunicam, evitando assim que alguma função fique sobrecarregada em apenas um, ou alguns membros, caso haja uma falta.
Não há centralização nas colônias
Cientistas descobriram importantes fatos sobre a sociedade das formigas. Alguns deles dizem respeito à organização dela. Um dos mais interessantes é a ausência de chefes propriamente ditos entre elas.
Trazendo para as comunidades online, isso quer dizer que não devemos centralizar a comunidade em uma pessoa. Não estamos falando aqui da organização, e sim da atuação dentro dela. É preciso criar mecanismos que apoiem a interação entre todos os integrantes entre si, e não apenas com um chefe ou líder.
Assim, caso aconteça algo com ele, a comunidade não irá parar e seguirá sua rotina normalmente, pois não depende de uma só pessoa. Depende, sim, da comunidade como um todo.
Como vimos no começo, uma comunidade online pode ser caótica e organizada ao mesmo tempo. Como nas organizações das formigas, não necessariamente precisamos de chefes ou líderes. Basta que haja organização para torná-la agradável e relevante aos seus participantes. É por isso que eu escolhi destacar estas lições valiosas que as formigas podem ensinar aos gestores de comunidades.
Ter uma comunidade de marca é uma excelente estratégia de marketing para a sua empresa. Mais do que isso, é um excelente caminho para construir relevância para sua marca ou empresa, estar mais presente na vida dos seu público, e claro, vender mais.
Para ter sucesso com a sua e conhecer mais sobre assuntos relacionados, eu convido você para conferir alguns dos artigos que eu já publiquei aqui. Boa leitura!