Em meio a uma vida acelerada e cheia de estímulos de um mundo cada vez mais Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo, desejamos fortemente - ainda que de maneira inconsciente - que nossas casas se tornem nossos refúgios.
Essa necessidade de acolhimento e segurança refletiu, no mundo da arquitetura e do design, em um movimento de priorização do bem-estar, tanto em espaços residenciais quanto corporativos. Nas empresas, vimos surgir os famosos espaços de descompressão, além de recepções e cozinhas com mais “cara de casa”. Nas casas, percebemos o desejo por banheiros maiores e melhor equipados (dignos de SPAs); o renascimento de espaços destinados a espiritualidade e meditação; e uma crescente valorização dos jardins internos, ainda que em espaços bem limitados.
As casas perfeitas e intocáveis, como verdadeiros showrooms de ambientes planejados, vem dando lugar à casas com mais personalidade e vida, que vão muito além do seu papel no atendimento das necessidades humanas: elas representam os valores de seus donos e contam suas histórias.
Com a pandemia do corona vírus, as características do mundo VUCA ficaram ainda mais evidentes, dando novos significados ao movimento da casa como refúgio.
De repente (será que tão de repente assim?), nos vimos obrigados a juntar todas as nossas atividades em um único lugar: nossa casa agora é também nosso espaço de trabalho, lazer e esporte.
Nos últimos meses, tivemos tempo o suficiente para prestar atenção nos espaços e nos objetos que compõe a nossa casa, e por consequência, muitos de nós reavaliamos nossos hábitos de consumo. Se falamos em sustentabilidade há mais de uma década, agora ela se mostra essencial na vida e nos negócios. Não apenas porque precisamos cuidar do mundo, mas também cuidar das pessoas.