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A natureza humana está mudando a forma como nos relacionamos na internet e você precisa saber porquê

A natureza humana está mudando a forma como nos relacionamos na internet e você precisa saber porquê
Victor Waiss
dez. 3 - 9 min de leitura
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Sinto em dizer, mas Roberto Carlos estava errado: ter 1 milhão de amigos não é algo que funcione para nenhum ser humano. Em 1974, o Rei já cantava sobre a quantidade de pessoas próximas que ele gostaria de ter e a vontade de cantar junto com todas elas, mas segundo a ciência, essa confraternização deveria ter um número bem menor: por volta de 150 pessoas.

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Esta conclusão foi feita pelo pesquisador, antropólogo e psicólogo evolucionista Robin Dunbar, por meio de um estudo publicado no Reino Unido. Ao contrário do que o ídolo da música brasileira pensava, ter tantos amigos não é algo que os seres humanos consigam lidar tão bem.

O número de Dunbar

Dunbar publicou em 1993 um estudo na Universidade de Cambridge que analisava as conexões humanas. Essa pesquisa, que começou na década de 1980 para descobrir mais sobre o cérebro dos primatas, terminou com o pesquisador encontrando o número mágico da quantidade de conexões que uma pessoa consegue manter com qualidade.

Oficialmente o número é de 148, mas foi comumente arredondado para 150 pessoas. Você pode até estar pensando que conhece mais gente do que isso, mas não se preocupe, eu também conheço. A questão é que o número apresentado por Dunbar refere-se apenas à quantidade de gente que uma pessoa consegue manter contato frequente, excluindo aqueles conhecidos e com quem não possuem intimidade.

Podemos definir este número como a quantidade máxima de relacionamentos interpessoais que alguém consegue manter simultaneamente.

Com um mundo cada vez mais dinâmico, principalmente por causa da internet, muitos se questionaram se realmente o número de Dunbar ainda fazia sentido. Esse é até um questionamento válido de início, principalmente se observarmos que somos capazes de possuir milhares de conexões em nossas redes sociais.

Mas conforme apontado na pesquisa, podemos até ter mais contato com um número maior de pessoas, porém nem todas de maneira mais efetiva. Muitos de nós conhecemos milhares de outros seres humanos, temos contatos de muitos dele e até os adicionamos nas mais diversas redes sociais.

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No entanto, se contarmos o número de pessoas mais próximas, esse número vai cair bastante…

Redes sociais e gente demais

Desconsiderando o subtítulo rimando, quem nunca se pegou olhando as conexões em uma rede social e pensou: "o que essa pessoa está fazendo aqui?". Essa sensação tem se tornado cada vez mais frequente com o passar dos anos e o crescimento na quantidade de usuários nas plataformas.

Adicionar, seguir e convidar pessoas se tornou um hábito tão comum para tanta gente, que não é de se estranhar que cenas como essa fiquem cada vez mais frequentes. Em grande parte dos casos foi por conta de uma certa "falta de critério" para aceitar as pessoas que fazem parte dos círculos nas redes sociais, que a própria experiência nas plataformas ficou afetada. Provavelmente, você também tem diversos amigos que foram adicionados ao longo do tempo, e há pouco, ou mesmo nenhum, contato atualmente.

Essa sensação foi percebida também pelas companhias responsáveis pelas principais redes sociais do mundo. Uma das principais ações nessa direção veio por parte do Instagram, que criou uma função exclusivamente para proteger a privacidade do usuário.

Conhecida como "melhores amigos", a nova funcionalidade se resume a um botão que permite que o usuário publique um story apenas para um grupo selecionado de seguidores. Imagine que na sua lista de seguidores estejam todas as pessoas que te conhecem, incluindo colegas de trabalho, parentes distantes e conhecidos. Com essa opção é possível escolher com quem você quer compartilhar alguns momentos mais íntimos da sua vida pessoal.

Isso demonstra uma necessidade das empresas de se adaptarem ao comportamento a às necessidades dos usuários, que buscam por mais privacidade e segurança dentro da internet.

Porém, não são apenas as grandes companhias que notaram este movimento. Novas opções de aplicativos e plataformas de socialização já notaram que compartilhar uma informação com um grupo específico de pessoas pode ser muito mais relevante do que dividir tudo com uma grande quantidade de gente.

Outro caso que vale a pena ser citado é o sucesso dos grupos de WhatsApp, principalmente no Brasil. Seja da família, com amigos, colegas de trabalho ou da faculdade, não importa: o que vale é juntar as pessoas mais próximas e partilhar informação. Como cada um deles pode ter até 256 membros, é possível manter uma quantidade menor de gente mais próxima e engajada nos assuntos.

Menos (gente) é mais (legal)

Por muito tempo acreditou-se que quanto mais pessoas pessoas tivéssemos nas redes sociais, melhor seria a experiência. Mas agora todos estão percebendo como faz sentido o estudo de Dunbar, que mostrava que é impossível alguém ter uma relação tão próxima com milhares de pessoas.

Essa ideia foi a base para a criação do Cocoon, uma rede social voltada para pequenos grupos de pessoas. Contando com os mesmos recursos que outras plataformas, como chat e compartilhamento de fotos, este aplicativo é feito para quem deseja compartilhar informações somente com as pessoas mais próximas.

Criado para iOS — a versão para Android ainda está em desenvolvimento —, o Cocoon vem para preencher uma necessidade de pessoas que querem continuar no ambiente da internet, partilhando a vida e mantendo relações próximas, mas necessitam de um ambiente com mais segurança e privacidade.

Essas pequenas redes sociais vem conquistando mais espaço entre o público, pois atendem mais do que uma vontade: elas suprem uma necessidade dos seres humanos. A real conexão é o que forma as relações entre as pessoas, mas com o passar do tempo, e do avanço da tecnologia, isso acabou se perdendo um pouco.

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Adaptando este discurso para os tempos atuais e a realidade da internet, isso não significa que todas os contatos virtuais precisam necessariamente ser também pessoas que conhecemos na vida offline. Na verdade, quer dizer que os contatos, para serem válidos, precisam ser úteis e motivar algum tipo de interação entre as pessoas.

É muito possível ter amigos virtuais mais próximos do que alguém que você apenas conhece de longe no "mundo real".

Os ambientes precisam ser propícios para as interações

Para haver essa troca de experiências entre as pessoas é preciso que o ambiente tenha as ferramentas necessárias para isso. De nada adianta querer essa conexão mais próxima e restrita, mas estar em uma rede social genérica como o Facebook, com milhares de pessoas espalhadas e diversas outras distrações na página.

Além de apps como o que citei acima, uma das melhores soluções é a criação de comunidades online. Estes espaços são perfeitos para quem deseja participar e interagir em um ambiente seguro, controlado e acessível apenas para um grupo de pessoas.

Muita gente acredita que uma comunidade online tem sucesso quando conquista muitos integrantes. Mas e quem não quer tantas pessoas, tem sucesso como?

É aí que eles se enganam, pois não é o número de participantes que determina se uma comunidade online deu certo ou não. Na verdade, é a intensidade das interações no grupo e a transformação gerada a partir da troca entre os participantes que vai dizer se houve sucesso.

Em muitos casos, quanto menor o grupo, mais interação acontecem (mais ou menos a mesma relação que surge quando comparamos influencers e micro-influenciadores). Isso porque os usuários criam um sentimento de pertencimento muito maior, o que faz com que eles publiquem, comentem e compartilhem muito mais conteúdos do que se estivessem em um grupo com milhares de pessoas. Mesmo em comunidades maiores, é possível criar grupos com menos integrantes e segmentar os participantes.


Podemos perceber como a necessidade humana de estabelecer vínculos de até 150 pessoas está chegando também no mundo digital. Por isso, o caminho para os próximos anos aponta para plataformas que contenham essas características e ofereçam as ferramentas necessárias para a criação de pequenos grupos, com mais intimidade e segurança do que as redes sociais atuais.

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Falando em tendência, aproveite que você acabou de ler sobre este assunto, e veja como as comunidades e as interações entre as pessoas na internet também estão mudando um dos setores mais importantes da sociedade: a Educação. Para descobrir, é só clicar aqui!


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