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EFEITOS DA MEDIA NA SOCIEDADE ANGOLANA

EFEITOS DA MEDIA NA SOCIEDADE ANGOLANA
JV Marvão
ago. 30 - 4 min de leitura
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Nos dias actuais, pode a sociedade existir isenta da influência da media?

Podemos responder a esta questão com um NÃO bem-acentuado e tilizado (~), pelo simples facto de que a sociedade actual é parte do produto industrializado, uma vez que ela é consequência da influência absorvida pelo consumo e da convivência com os meios de comunicação social a que as pessoas estão constantemente expostas.

Angola passa por um processo de transformação em todos os níveis e, como comunicólogos, nossa preocupação assenta, em parte, nos efeitos da media no cerne da sociedade que, há muito tempo, vem-se proliferando de forma incontrolável, sobretudo, pela influência que estes vêm exercendo no consumo de bens e serviços.

Como afirmou Brandão (2021, p. 102):

“Os meios de comunicação não se podem restringir a “estratégias comerciais destinadas a captar o público a qualquer preço”, pois “desempenham um papel vital no estabelecimento de uma “consciência comum.” (Brandão, 2012, pag. 102)

É partindo do pressuposto acima que recai a nossa chamada de atenção: “ Se os meios de comunicação não forem (serem) capazes de melhor conduzir, direccionar socialmente as pessoas, quem o fará?”

É preciso que a Media Angolana desestimule a cultura de consumir a qualquer custo, independentemente das consequências.

            Temos assistido a várias transformações sociais não agradáveis, o que, em parte, é resultado da má influência da comunicação social angolana, face às suas responsabilidades e papéis que desempenha dentro dela. Se olharmos para a sociedade angolana de há 20 anos, poderemos facilmente perceber que não eram tão frequentes cenários como os de suicídio, homicídio, bullying, bem como de outros fenómenos que, segundo a nossa percepção, são situações originadas pela transformação da Media Angolana.

É ponto assente que as pessoas não só aprendem na família, na escola, na igreja, como também de outras fontes, e hoje, mais do que qualquer outra instituição que exerça maior influência sobre o homem, a media está no topo da pirâmide. Ou seja, somos o que vimos e ouvimos. Mas é importante destacar que nem todos que detêm sensibilidade em ouvir e ver têm, de certo modo, a capacidade de filtrar tudo quanto podem observar e ouvir. E aqui, estamos a nos referir particularmente às crianças, aos adolescentes, bem como àquela maioria (angolana) não instruída. E nesse contexto, é importante que a comunicação social pense nestas classes, para que sua influência recaia positiva e qualitativamente sobre o crescimento e desenvolvimento das mesmas.

No caso da televisão angolana, em particular, este esforço deve ser redobrado, pois, caso contrário, estaríamos a corroborar com o pensamento de Herrero (1998, p.238), quando afirmou que ““La televisión se ha convertido en un gran centro de poder político y económico”. Então, olhando para a nossa realidade, preocupa, claramente, o rumo que as nossas televisões estão a tomar. Mais preocupante ainda é o facto de existir uma maioria não instruída, não imbuída de capacidade para se revestir e resistir, face às balas que lhes são atiradas e que atingem, em grande parte, os valores e a moral da consciência do homem angolano. Assim, é necessário que os gestores dos órgãos tenham e pautem por uma consciência mais plural, direccionada à promoção do bem, da moral, da educação e da inclusão de boas pessoas, alinhadas às boas práticas sociais, estimuladas pela media.

Logo, urge a necessidade de mudança de paradigma, caso contrário, daqui a alguns anos, para não dizer amanhã, estaremos a acordar dentro de uma realidade cultural descontextualizada ao local em que nos encontramos.

Com este artigo, pretende-se alertar sobre os riscos a que todos nós estamos susceptíveis a passar, mas que podem e devem ser controlados, sobretudo, pelos meios de comunicação social, que são os vectores de todos os estereótipos aprendidos pelas pessoas enquanto consumidoras do produto (cultural) apresentado pela media.


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