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Exclusão digital - um debate que não pode ficar pra depois

Exclusão digital - um debate que não pode ficar pra depois
Amanda Pereira
jul. 3 - 3 min de leitura
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Evolução das tecnologias mobile, 5G, comportamento do consumidor, adaptação de negócios existentes e tantas outras mudanças acompanham o dia a dia da exponencial evolução da tecnologia e seus impactos na sociedade.

A aceleração de todo esse cenário provocada pela pandemia da Covid-19 trouxe também uma série de desigualdades sociais e deixou ainda mais claro um tema que deve ser debatido em conjunto à todas as temáticas citadas acima: a exclusão digital não está regredindo. 

Quase metade dos habitantes do planeta não tem acesso à internet, Destas, 96% vivem em países em desenvolvimento. (União Internacional de Telecomunicações UIT/ONU 2021). 

“Um ponto do qual nós não falamos é que a exclusão digital não está regredindo. Continua existindo uma parte da população do mundo que não tem acesso à conexão. O gap de conectividade não é só um gap de cobertura.” (Nicolas Zibell, chief business officer da KaiOS Technologies)

Pobreza, analfabetismo, acesso limitado à eletricidade e falta de habilidades digitais fazem parte do cenário global e representam também os desafios encontrados no Brasil, com essa desigualdade refletida na educação e no mercado de trabalho ampliada durante a pandemia. 

Apesar do crescimento no total de domicílios com acesso a internet entre 2020-2021, o acesso a internet ainda é desigual, especialmente em qualidade. Nas casas das classes D e E, 90% dos usuários se conectam exclusivamente pelo celular, podendo estar suscetíveis as limitações de planos de dados de suas operadoras.

Segundo estudo do Instituto Locomotiva e da consultoria PwC, 71% da população com mais de 16 anos não consegue usar a internet todos os dias. Grupo é formado principalmente por pessoas negras, que estão nas classes C, D e E, e que são menos escolarizadas

Há uma certa movimentação do Governo como ampliação de pontos de internet em escolas públicas e a lei sancionada no último 25 de maio (2022) que garante o direito de acesso gratuito à internet à "estudantes matriculados na rede pública de ensino, nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas, nas unidades especiais sem fins lucrativos e integrantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico)".

Mesmo assim, a implementação é, como dizem, gradual, e portanto, não acompanha a velocidade das mudanças que estamos vivendo como sociedade. Ora, 55% dos alunos da rede pública não tiveram acesso às aulas remotas (IBGE) durante o fechamento das escolas na pandemia. O reflexo é o aumento do abismo de oportunidades. 

Assim como a evolução tecnológica não pode ficar exclusivamente a cargo dos Governos, sob pena de caminhar a passos de tartaruga, a iniciativa privada por trás desse processo deve atuar com mais ênfase no debate de estratégias que corroborem para um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Entendendo que a ampliação do acesso a internet da comunidade global é também a oportunidade de ampliar a colaboração e fortalecer o desenvolvimento humano de forma globalizada, impactando positivamente presente e futuro.

Afinal, de que adianta evoluirmos tanto com a tecnologia e não solucionarmos questões básicas como acessos a saúde, educação, alimento e oportunidade? A busca e o trabalho árduo em prol da dignidade humana devem caminhar juntos à toda essa nossa evolução pautada pela tecnologia. 

 

 

 


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