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Marshall McLuhan e Altered Carbon: passado e futuro convergindo no presente

Marshall McLuhan e Altered Carbon: passado e futuro convergindo no presente
Vittória Lima
jul. 23 - 4 min de leitura
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Desde que o mundo é mundo, o futurismo serviu de enredo para diversas obras. O fato é que é inerente a mente humana criar padrões e projetar suas expectativas sobre o futuro, como uma tentativa de vislumbrar as possibilidades que nos aguardam.

Em 1969, quando Marshall Mcluhan lançou o “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem”, muito provavelmente foi considerado futurista, como ainda o é, 51 anos depois, e provavelmente será com o passar do tempo.

Segundo o autor os meios de comunicação em massa passariam a integrar cada vez mais nosso cotidiano, tornando-se extensões do nosso próprio corpo e influenciando todas as nossas atividades diárias, até nosso modo de pensar e agir.

A genialidade da teoria proposta por ele ainda ecoa quando falamos da evolução dos meios de comunicação e da nossa relação com eles, revolucionada pelo surgimento e popularização da internet.

A conectividade de nossos múltiplos meios, possibilitada pela rede, tornou possível a teoria de McLuhan e fez com que estes aparelhos se tornassem mais que extensões de nossos braços, mãos e voz, se tornassem cápsulas da nossa personalidade, gostos, preferências, forças e fraquezas. Como se cada bit pudesse traduzir um neurônio criando uma rede capaz de fazer qualquer máquina atuar como a extensão do nosso cérebro, seja um celular, tablet, relógio.

Altered Carbon, tem um processo semelhante como premissa. A série ambientada no século 25, traz à tona a possibilidade de digitalizar a mente humana, tornando possível a transferência de uma mesma alma, para diferentes corpos através de um único dispositivo eletrônico.

Em seu enredo a série propõe, basicamente, que as extensões tecnológicas desenvolvidas, quando utilizadas em conjunto a todas as informações geradas através do seu uso, seriam capazes de recriar a nossa consciência, alimentar nossas memórias e nos possibilitar viver além do corpo físico.

A relação entre passado e futuro nos guiou até aqui, mas é no presente que a teoria de McLuhan e a utopia de Altered Carbon, se convergem.

Embora tenhamos evoluído anos luz e mesmo assim ainda não tenhamos tecnologia suficiente para recriar nossa consciência propriamente dita, os meios hoje já atuam como nossas extensões e são capazes de definir nossa personalidade, reconhecer nossas preferências, nossa rotina, tudo isso através da análise dos dados que produzimos durante a utilização dos mesmos.

Esses processos, já em curso, reconfiguraram toda a estrutura social, desencadearam a necessidade de criar leis, alteraram as formas de conquistar visibilidade e poder, de estabelecer relações interpessoais ou comerciais, por exemplo, assim como proposto na série.

Mas como isso impacta ativamente no marketing hoje? Essa nova realidade impôs às marcas novos paradigmas, gerou a necessidade de reinventarmos as formas de interagir com nossos clientes, de criar experiências e possibilitou fazer isso de forma cada vez mais assertiva e fundamentada através do uso dos dados produzidos por cada um de nós como guia.

Estamos vivendo em mundo, onde nossas extensões já são capazes de nos definir melhor que nós mesmos, sendo capazes de gerar informações chave que podem ser usadas para múltiplos fins, inclusive para personalizar e levar o contato marca/cliente para outro nível, jogando os achismos pra escanteio de uma vez por todas.

A revolução está acontecendo agora. E provado que as evoluções tecnológicas impactam ativamente no social e comportamental, sendo um processo contínuo, podemos dizer que é a forma com que incorporamos todas as consequências desse processo evolutivo hoje, que vai definir se viveremos o futuro, ou se ficaremos no passado.


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