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O Cringe de cada um

O Cringe de cada um
Andréa de Souza
jul. 23 - 2 min de leitura
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Nas últimas semanas, na Internet, só se fala em Cringe.

A geração Z, primeira a nascer num ambiente completamente digital, final da década de 90 até 2010, começou a expor diferenças geracionais entre eles e os Millennials (Geração Y), nascidos entre 1980 e 1994, e usaram a palavra Cringe para definir coisas que a geração anterior faz e que sugerem uma "vergonha alheia", algo que vai além do "mico".

Esse foi o início de uma "guerra" de gerações, e enquanto uns atacam, ainda que na brincadeira, outros se  defendem da mesma maneira. E nisso já se vão mais de 15 dias e milhares de usos da #cringe em todas as redes sociais.

No entanto, para se falar com propriedade sobre o Outro, sua identidade, as diferenças que permeiam o Outro e seu grupo de referência, precisa-se primeiro olhar esse Outro com o mesmo olhar que ele se vê. Não adianta a Geração Z olhar para os "pais de pet" ou "pagadores de boleto" enquanto eles não se colocarem naquele dia a dia, naquela realidade pela visão dessa geração, acompanhar de fato, experimentar, entender todo o porquê. Toda essa investigação é complexa e enquanto não for analisada dessa forma, com metodologia, não passará de simples especulação sem fundamento.

É a etnografia que permite que essa proximidade com o objeto de estudo e seus motivadores. Por meio da Etnografia o pesquisador vive a realidade do objeto de estudo junto com ele. No caso da Etnografia na Internet o campo de pesquisa torna-se todo o espaço de interações entre as pessoas. Precisa ter delimitação de tema (uso da palavra Cringe pela geração Z, por exemplo), amostragem e análise antropológica, pois, caso isso não ocorra, torna-se apenas um monitoramento de dados sem base metodológica, pura conjectura.

Portanto, tal discussão não poderá deixar de levar em consideração nem a questão etnográfica e nem o relativismo cultural, já que não existe uma cultura melhor que outra, apenas diferente, conforme a "guerra de gerações" anda pressupondo. Não existe forma correta de ver o mundo, nem melhor, cada um vê o mundo de acordo com o que conhece, como diria Anais Nin "Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos".


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