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O ressurgimento do Mobile

O ressurgimento do Mobile
Mariangela Basoli
jul. 27 - 4 min de leitura
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O ser humano em sua natureza é essencialmente Mobile. No começo da evolução havia a necessidade de nos movimentarmos, porque como éramos caçadores-coletores, os deslocamentos ocorriam de acordo com as estações e os locais onde havia mais alimento disponível. O instinto de ser nômade foi sobrepujado pela necessidade de sobrevivência, pelo desenvolvimento da agricultura ao invés da caça, levando os humanos a se fixarem por um tempo mais longo em um só lugar, e levando as populações ao sedentarismo. E consequentemente levando também ao conceito de posse, pela propriedade da terra, e por aí viemos.

Ou seja, quando estamos falando de um futuro Mobile, na verdade voltamos ao princípio de tudo! Está além de toda tecnologia que permite a conexão em toda a parte, a conexão com tudo e todos, ao mesmo tempo, em todos os lugares, a onipresença a que nos acostumamos e que podemos levar no bolso literalmente, com aparelhos “Smart”.

Será que é este instinto nômade um dos impulsionadores de toda essa mobilidade que está se apresentando no mercado digital? Está no nosso instinto colocar a vida em uma mochila e sair pelo mundo?

O sedentarismo tornou-se um problema de saúde, a própria palavra tornou-se sinônimo de algo negativo. A estabilidade em uma empresa, que há 30 anos atrás era considerada uma qualidade, era normal e desejável a pessoa passar a vida trabalhando em um mesmo lugar, hoje já passa a ser visto como acomodação e estagnação. Entre os mais jovens, os sonhos comuns aos pais de constituir família, ter a casa própria e um emprego estável já não faz mais sentido. Então ser “móvel” parece algo mais saudável, tem a ver com flexibilidade, adaptabilidade e possibilidades maiores de evolução, porque muitos conceitos estão mudando. 

A questão é que a tolerância também diminui. Não queremos mais esperar muito tempo por nada, e se algo não nos agrada simplesmente é descartado, sem muita análise. Se algo não supriu minhas expectativas, simplesmente vou procurar novas áreas de caça, e abandono facilmente o que me desagradou, porque são tantas possibilidades que não preciso “suportar” qualquer frustração. Isso acontece com todos os relacionamentos, tanto pessoais quanto comerciais. Se o seu produto não acompanhar a evolução e não tem uma ligação significativa com seu consumidor, ele é facilmente descartado e trocado por outro.

Quem já entendeu isso e consegue se colocar na linha de frente dessas necessidades de agilidade e mobilidade para resolver as dores de forma mais imediata e efetiva, está tomando espaço no mercado. Porque o usuário vai entender do que é fácil, do que é intuitivo, do que é leve, do que é rápido e tudo que não é isso, para o consumidor é ruim. 

É um outro tipo de inteligência amplificada pelos devices, a inteligência que vem de fora para dentro. Nossos próprios processos precisam evoluir e tornar-se mais inteligentes para acompanharmos este crescimento.

Já não é mais o “SE” vai acontecer, mas “QUANDO”. As coisas estarão mais Smart, os processos estarão mais Smart, os serviços estarão mais Smart, e inevitavelmente o ser humano também estará cada vez mais Smart. Mas o protagonismo também vai estar mais pulverizado e fragmentado, tanto em relação a pessoas quanto a produtos. Então quanto ao tema da estratégia digital, é entender que existe um novo cenário que impacta diretamente o seu consumidor, o seu cliente. E quando as possibilidades se expandem não há como voltar, se o cliente está cercado por produtos e por serviços Smart, inevitavelmente, vai exigir que as companhias sejam Smart, seja a partir das novas tecnologias, seja a partir das novas plataformas, seja a partir das novas interfaces, tornando até mesmo os acessos mais democráticos. O aprendizado se dá por outras vias, as formas de comunicação precisam ser atualizadas. Por exemplo, agora que a tecnologia da comunicação por voz avança, onde vai se organizar a comunicação escrita?

Guardando as devidas proporções, voltamos aos primórdios da civilização: todos estamos nos tornamos nômades digitais, e estamos voltando à tradição oral, onde o conhecimento é passado pela voz. É algo divertido para imaginar, como serão os próximos passos desse “Homo Mobilis”, literalmente.


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