Quem assistiu na infância um desenho chamado The Jetsons (isso é para quem já está bem mais grandinho) ficava impressionado com o futuro. Carros voadores, prédios suspensos, bichos de estimação robotizados, casas inteligentes, entre outras coisas. Era algo tão distante da realidade que eu jurava que isso nunca seria possível, ou sendo, não estaria viva para ver. Pois então, tenho visto muita coisa nesse sentido e continuo a me espantar, mas também a maravilhar.
A inteligência artificial veio para ficar. Que jargão! Mas, é cada dia mais concreto e normal vermos situações onde os sistemas de computação criam produtos e processos que cuidam de tarefas cotidianas e humanas. Estamos tornando o mundo num lugar onde o binário da computação será o binário da vida como ela é. Ou seja, rotina = máquina e pensamento crítico = ser humano; razão = máquina e emoção = ser humano. IA será um processo tão entrelaçado no nosso dia a dia que em breve não pensaremos mais em como a vida era antes dela.
E por mais que pareça uma viagem no futuro que já chegou, e o temor que essas mudanças causam em muita gente como o medo de desemprego, o fato é que a inteligência artificial é um complemento das atividades humanas. É a concretização de que homem/máquina não se aniquilam, muito pelo contrário, se ajudam! Martha Gabriel já deixa a dica “A tecnologia não elimina profissões, ela transforma”. E é nesse momento, de transformação que cada um de nós deve se perguntar, o que eu faço tão bem que a máquina não irá fazer? ou mesmo, o que eu quero deixar de fazer que a máquina pode fazer por mim? Fazer essas perguntas requer maturidade e uma incansável busca pelo aprendizado.
Verdade que muitas tecnologias estão transformando o mundo. IOT, Big Data; Blockchain; robótica;nanotecnologia;3D; Quantum computing e a própria IA só para citar algumas. Mas, essas mesmas tecnologias deixam para nós algumas capacidades e habilidades que jamais poderão se igualar, como é caso do pensamento crítico, autonomia e a lógica. Os robôs têm por outro lado algumas características que sem sombra de dúvida chega a dar uma pontinha de inveja, como criatividade, conectividade e adaptabilidade, mas de uma coisa nunca serão capazes de ultrapassar a humanidade, nossas emoções. Esse sim é um diferencial competitivo que temos que jamais pode ser ignorado ou copiado.
Se temos que nos adaptar ao novo mundo onde as diversas formas de interação com a máquina será necessário e inevitável, por outro, temos a oportunidade de sermos mais humanos, de nos conectarmos pelas emoções e buscar sermos aquilo que na nossa essência nos capacitou para chegar até aqui, decisores do nosso destino.
Vera Helena Lopes