Parto do princípio que toda Comunidade é uma Rede Social, mas nem toda Rede Social é uma Comunidade. E o que isso significa?
Lá nos primórdios da humanidade, as pessoas se reuniam em torno de uma fogueira para compartilhar e contar histórias, para proteção, segurança e sobrevivência, as pessoas se reuniam em grupos em torno de um interesse comum. Então, as Redes Sociais já existem há milhares de anos. E o nível de interação e colaboração entre essas pessoas vai determinar o que seria uma Comunidade.
Agora, falando das plataformas de redes sociais em ambiente digital, vemos que as coisas são dinâmicas, mudam constantemente. A essência das redes sociais é a comunicação, e a tecnologia é o que facilita essa comunicação. Quanto mais fácil e quanto mais a tecnologia ajudar as pessoas a se comunicarem e a se expressarem, mais elas vão usar.
A partir do momento que todos nós estamos dentro das plataformas de redes sociais, criando conteúdos, compartilhando ideias e conhecimentos, qualquer que seja o tipo de plataforma, estamos nos reunindo com as pessoas em torno de um interesse em comum. Existem plataformas que são totalmente colaborativas, existem redes sociais corporativas e existem plataformas de comunidades como esta, que não deixam de ter as características de plataformas de rede social. Toda essa colaboração reforça a ideia do cérebro Social, do cérebro global, quando passamos a olhar para a inteligência coletiva. Porque quando estamos produzindo dados dentro das plataformas, quando você cruza esses dados, eles servem para criar essa inteligência coletiva dentro dessa plataforma que pode ser usada de forma positiva ou não, dependendo dos interesses envolvidos.
O que determina as características de uma Rede Social e de uma Comunidade?
Nas plataformas de Redes Sociais você tem ali, numa primeira camada mais interna, os sites de colaboração que são comunidades cooperativas e os wikis. Uma segunda camada das próprias redes sociais e fóruns. Numa terceira camada, mais ampla de comunicação, há os próprios blogs, os Favoritos sociais, o RSS Feed. E por último, a inteligência coletiva, os sites de inovação aberta, de predição, onde pessoas do mundo inteiro podem colaborar em torno de um desafio proposto, colocando seu conhecimento ali, alguma solução em torno daquilo já envolvendo uma inteligência coletiva que interage com a inteligência artificial que passa a consumir conteúdo, a ter acesso a esses dados, das pesquisas do mundo inteiro.
Isso está conectado à essência de como são estruturadas as redes sociais. Toda a rede social tem nós e tem laços. Os “nós” são as pessoas, e os “laços” são as conexões entre essas pessoas. Quanto mais próximo o contato entre os “nós”, mais fortes são os “laços”.
Tanto na Rede Social como na Comunidade, a comunicação gira em torno de pessoas e seus interesses, mas em uma Rede Social você pode contribuir com a plataforma, só que os contatos entre os membros podem ser mais distantes, e os laços são mais fracos, nem sempre é possível um retorno ou um feedback, dependendo do tipo de interação. Por exemplo, na última camada, mais externa, mais ampla, da inovação aberta, você mal conhece as outras pessoas, ou pode ser que haja uma inteligência artificial por trás, então o laço é mais fraco. Quanto menos você conhece a pessoa mais fraco é o laço, a conexão entre as pessoas, e no entanto estamos falando de rede social. Já em uma comunidade, os próprios usuários passam a colaborar uns com os outros de maneira mais próxima, os laços são mais fortes, e há um feedback em torno daquilo. Dentro da primeira camada de relacionamento, que é de cooperação, o laço é mais forte porque você está ali de fato trabalhando com aquelas pessoas, então em uma comunidade cooperativa há possibilidade de conhecê-las melhor, há uma maior possibilidade de interação.