Num mundo multi tela, multi tarefas, quase multi humano, sou capaz de apostar que todo ser que tem um smartphone tem pelo menos um joguinho instalado. Se não tem hoje é porque precisou desinstalar por algum motivo importante: memória cheia, estava passando tempo demais jogando e perdia o foco no trabalho ou nos estudos, mas o fato é que, quem não tem um jogo no celular hoje, já teve um dia, mas com certeza tem algum jogo em alguma rede social ou mesmo em casa. Quem não tem um baralho, um UNO, um quebra- cabeça ou um Super-Trunfo, pelo menos? Quem nunca brincou de pega-pega, adedanha, jogou queimada, vôlei, basquete ou futebol? Além disso, como ter sido criança sem jogar vídeo-game, mesmo que fosse no vizinho?
É impensável alguém que habita esse planeta e não tenha tido a menor convivência com jogos, até porque, o ser humano é extremamente competitivo e a melhor forma de demonstrar isso de maneira saudável é por meio dos jogos.
Em 2012 o Candy Crush foi lançado e continua sendo um sucesso até hoje. Mas vamos um pouquinho mais longe, quem não brincou com aquela fazendinha do Orkut que depois migrou pro Facebook? Foi um sucesso na época e pessoas de todas as idades se divertiram muito ali, na "Colheita Feliz". A popularidade do aplicativo era tão alta que causava problemas nos servidores, fazendo com que o jogo ficasse fora do ar por algumas horas durante todos os dias. O Colheita Feliz se tornou o aplicativo mais popular do Orkut, com mais de vinte e dois milhões de usuários, sendo superado apenas pela Vila Mágica (confesso que fiquei viciada nesse!), do mesmo desenvolvedor, Mentez.
E quem lembra do Buddy Poke? Um avatarzinho bem fofo que todo mundo tinha no Orkut. E todo mundo interagia com todo mundo, cantava e dançava, mudava roupa e homens e mulheres se divertiam com ele (sim, homens também!). Minecraft, Fortnite e vários outros jogos estão no topo das suas categorias desde que foram lançados e continuam rendendo muito aos seus desenvolvedores.
Mas jogo também é assunto sério. A indústria global de games movimentou US$176 bilhões em 2021, em grande parte devido à busca crescente por entretenimento online durante a pandemia, mas o fato é que é uma área extremamente promissora independente de estarmos em confinamento. Para 2023, o setor deve mobilizar mais de US$200 bilhões, segundo a consultoria Newzoo. O valor representa um mercado mundial bastante promissor não só para os desenvolvedores como também para os jogadores profissionais, que podem ganhar valores expressivos em competições tanto no Brasil quanto mundo afora.
O Brasil é um mercado consumidor gigante na área de jogos eletrônicos, tendo sido a terceira maior audiência do Campeonato de League of Legends e estando entre os 10 primeiros no número de telespectadores de games. Dentre os principais torneios no país, com os melhores prêmios, estão, a Liga Brasileira de Free Fire (LBFF), com aproximadamente R$2 milhões ao ano, e o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL), que paga mais de R$1 milhão ao ano. Além disso, jogadores brasileiros estão faturando alto pelo mundo, como por exemplo no torneio internacional Six Invitation, o mais importante e de maior premiação do cenário competitivo do jogo Rainbow Six, onde os brasileiros faturaram 38% dos R$16 milhões recebidos em prêmios.