Em um mercado cada vez mais competitivo, com inúmeras ofertas do mesmo produto e serviço ao consumidor, conseguir alcançar e prender a atenção do mesmo, com a comunicação certa, que fale diretamente com o consumidor comprador se torna cada vez mais crucial para as empresas que querem sobreviver, se manter, e crescer no mercado. E para isso é crucial entender o consumidor e sua jornada de compra.
Informações básicas como: idade, sexo, endereço, profissão, renda, escolaridade, estado civil, e religião já não são suficientes, é preciso cada vez mais aprofundar, entender não só o quantitativo, mas também e principalmente o qualitativo, a “essência”, os valores, as crenças, a cultura, a forma como se comunicam, o que é normal para eles, e o que é diferente, quais são seus códigos culturais, o que orientam aquelas pessoas a obterem certos comportamentos, e como esses comportamentos podem afetar a decisão de compra.
A ciência responsável pelo estudo do outro, e os elementos estruturais que constituem a cultura de determinado grupo é a antropologia, existente no mundo há muitos e muitos anos desde 1870 onde os acompanhamentos e análises de manuscritos eram feitos de forma presencial. Através da etnografia (uma das ferramentas da antropologia) era realizada a descrição densa do objeto de estudo como base para o mapeamento cultural de um determinado grupo.
Com a evolução dos tempos e a chegada da era digital, cyber realidade, hoje muitos dos objetos de estudo estão na web, tanto as pessoas como seus códigos, desta forma, a imersão e a decodificação de seus valores no meio passa a ser feita por meio da chamada escrita 'clicável', o que é conhecido como antropologia digital, ou netnografia.
Assim como no estudo presencial, na netnografia várias etapas são descritas para a sua elaboração, como: a construção do planejamento de pesquisa, a definição dos objetivos, amostragem, abrangência, profundidade, e o método. A partir de um protocolo de pesquisa é iniciado o campo etnográfico digital, o mapeamento dos códigos que representam os valores, comportamentos, e os processos de tomada de decisão.
Ao final para uma conclusão capaz de gerar insights para a tomada de decisões estratégicas de uma empresa, é usado o chamado Think Data, que consiste na somatória da interpretação da abrangência de estudo, aliada a profundidade da big data como ferramenta etnográfica, e a análise da antropologia.
Através da netnografia, as empresas conseguem conhecer de forma bem mais profunda os seus clientes consumidores, seus comportamentos na jornada de compra, e assim ter insights para tomada de decisões estratégicas, como criar uma campanha e linha de comunicação que “converse” diretamente com o seu consumidor, respeitando sua essência, seus valores, crenças, linguagem e forma de comunicação, permitindo conseguir maiores resultados de vendas, reconhecimento do cliente, e vantagem competitiva no mercado perante o concorrente que não possui tal estratégia.
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