Na minha área de atuação, que é a odontologia, estamos presenciando mudanças em todos os níveis. A tecnologia, que desconhece fronteiras, influencia os paradigmas de tratamentos, muitos deles tradicionais, que anteriormente seriam inimagináveis.
Esta mudança empurra toda classe de profissionais, que buscam o conhecimento, a alterar suas rotinas e protocolos de procedimentos clínicos e de gestão.
As novas soluções sempre encontram resistências iniciais, mas já existem evidências que os resultados tendem a mostrar mais precisão e agilidade, gerando vantagens competitivas.
Acreditamos que esta revolução tecnológica acaba modificando algumas ações básicas, e necessárias, na área da saúde. A humanização é uma delas, talvez a principal.
O atendimento personalizado aos pacientes, com tempo necessário para escutar suas dores e necessidades, pode estar sendo desconsiderado pela terceirização dos cuidados aos novos equipamentos e novas técnicas. Este talvez seja o ponto crucial na diferenciação quando se trata de escolher um ou outro profissional.
O acesso à tecnologia está democratizado, basta ter recursos ou prerrogativas às linhas de crédito. Já as relações humanas podem estar anarquizadas pela impessoalidade, fruto da falsa sensação de autoridade vinda do arsenal tecnológico.
Torço para que não se perca a emoção de receber um paciente que nos procura, num gesto de confiança, para resolver seus problemas. Preciso acreditar que o toque, neste momento removido pela pandemia, continue sendo carinhoso e respeitoso a ponto de fazê-lo sentir-se acolhido. Finalmente que a empatia continue sendo um mantra na prestação de serviços em saúde.