Em 1969 Gilberto Gil compôs a música “Cérebro Eletrônico”. Na canção, ele diz que:
“O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo
O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda.”
Estamos em 2021, mais de 50 anos depois da criação dessa música. Podemos chamar o “Cérebro Eletrônico” de Inteligência Artificial (IA). Alguns ainda insistem em dizer que é algo para o futuro e nem percebem que a IA já faz parte da nossa vida. No dia-a-dia ampliamos o nosso cérebro utilizando as máquinas. Um smartphone na mão e uma pesquisa no Google são demonstrações claras de que a IA está entre nós. O cérebro eletrônico faz quase tudo e não é mudo (Alexa está provando isso). Manda, desmanda e anda (os robôs até pulam e correm).
“Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu
Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço
Eu penso e posso.”
Porém ainda existem características só nossas que a IA não vai substituir tão cedo. Pensamento crítico, complexo e emoção nos diferenciam das máquinas. Só nós podemos ser criativos, sentir empatia. Por isso é tão importante compreender o que diferencia inteligência humana da artificial se preparando para o presente (que já é digital) e para o futuro. Quanto mais convivemos com as máquinas, mais elas devem ser utilizadas a nosso favor.
Uma pesquisa da Dell Technologies em 2019 concluiu que até 85% dos trabalhos de 2030 ainda não existem, em uma relação direta com o desenvolvimento da tecnologia. A Martha Gabriel diz que a tecnologia não elimina profissões, ela transforma. Profissões repetitivas, por exemplo, poderão ser facilmente substituídas por máquinas.
Para acompanhar o que está para acontecer em breve, as empresas e consequente o marketing precisam evoluir e compreender onde é possível se adaptar. As escolas necessitam preparar as crianças para conviver com a tecnologia e desenvolver habilidades onde o cérebro eletrônico não vai substituir o humano como nas emoções, criatividade, pensamento crítico. Estudiosos em educação defendem que educadores devem ensinar crianças a “se virar”, aprender a aprender. Com autonomia os jovens vão saber onde buscar o conhecimento que precisarem.
“Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
No meu caminho inevitável para a morte
Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei
Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro.”
Não podemos ter medo da tecnologia. Ela existe para ajudar inclusive para nos deixar vivos. É só observar o quanto a medicina se desenvolve com a ajuda das máquinas. O cérebro eletrônico nos dá socorro.
Por outro lado, a IA não resolve todos os nossos problemas. Precisamos uns dos outros para estar vivos.
Ouça "Cérebro Eletrônico" aqui.
Imagem: Computador S/360 IBM, década de 60.