Os novos aplicativos e novas tecnologias tem um gráfico de vida, em que geralmente o início é aquele booom, atinge o auge e depois tende a cair. Com as suas campanhas acontece o mesmo!
Em tempos de volatilidade de conteúdos e informações, você pode criar uma campanha criativa, que no início tem uma super aceitação e participação do público mas que depois perde a graça.
Aparecem coisas novas e mais interessantes do que aquela sua ação. Então simplesmente você perde atenção do clientes, antes mesmo de atingir o objetivo inicial que o levou a criar aquela campanha.
Para isto você pode pensar estrategicamente suas ações com a narrativa transmídia, sempre convidando o consumidore a continuar esta conversa em outro ambiente, com mensagens diferentes, mas que se complementam entre si.
Quero apresentar aqui um case de uma campanha realizada para a Mika Alimentos.
Entendendo o case
Este cliente é uma indústria de alimentos cujo pico de vendas é na época das festas juninas, por vender muitos dos ingredientes usados nos quitutes tradicionais desta época.
Como trabalhamos sempre com o planejamento bem adiantado, estávamos com todas as peças de PDV sendo produzidas, ilhas com barracas juninas personalizadas da marca a serem colocadas nos principais supermercados da cidade, toda a equipe de representantes comerciais com os produtos a serem vendidos e ainda o lançamento de três novas linhas da marca. Quando então fomos surpreendidos pelo isolamento social.
As festas juninas com toda certeza iriam ser impedidas de serem feitas, o resultado seria a queda nas vendas. Mas como superar esses desafios de uma forma inovadora?
Observando o mercado, entendendo as dores do cliente e gerando conexão da marca com eles de uma forma criativa e estratégica.
Iniciamos então uma campanha, exclusivamente nos stories, chamada: Já que não tem Arraiá, bora brincar?
Todos os dias eram colocadas perguntas cujas as respostas eram Eu sim/Eu Não.
Para elaborar essas perguntas, usamos a etnografia desta região. Aqui são muito tradicionais as festas de Santo e geralmente há muitas rezas, missas e só depois o tradicional tchá co bolo, as festas, as brincadeiras e a comilança. (Guarde esta informação)
Os mais velhos tem a tradição de participar de todos os ritos desses eventos, que normalmente são super demorados, cheios de cantigas, há as tiradeiras do terço e assim por diante. Os mais jovens tem a tendência de burlar a tradição e chegar apenas na hora do tchá co bolo.
Analisando o nosso público nas redes sociais, vimos que ele é composto por jovens entre 18 a 24 anos, em sua maioria. Baseado nisso a primeira pergunta dos stories era: "Já cheguei na festa de Santo só depois da reza", o internauta tinha a opção de responder eu sim/ eu não.
Foi quase unanimidade nas respostas Eu sim e essa identificação foi uma ótima isca para eles continuarem aos próximos stories.
Esta foi apenas a primeira, mas fizemos a construção das outras baseados nos dados etnográficos da nossa região, para garantir o engajamento por mais tempo. E ao final de cada dia deixávamos a caixa de perguntas abertas para que os internautas sugerissem as perguntas do dia seguinte.
Sabíamos que isto teria muito engajamento nos primeiros dias e e até a 2º semana no máximo, depois disso perderia a graça.
É por isso que usando a narrativa transmídia, no feed da página, 3 vezes por semana postávamos memes engraçados sobre a festa junina, ou a falta dela. Assim manteríamos as pessoas ligadas por mais um tempo, mas ainda assim não seria suficiente para mantê-los interessados por 2 meses, o período total da campanha.
Para nos manter relevantes, criamos então a festa junina na caixa, que eram entregues a influenciadores digitais, somente com produtos da Mika Alimentos e Didane, que são do mesmo grupo.
Ao serem divulgados como recebidos nas redes sociais, os internautas sempre interagiram dizendo que gostariam de ganhar também a festa junina na caixa.
Demos início então a Sexta-Junina! Sorteávamos toda semana a caixa de produtos. Inicialmente apenas na nossa página do face. Isto durou três semanas.
Antes que perdêssemos a relevância, iniciamos também os sorteios na página do instagram!
E os stories, a esta altura já não tinha mais graça a brincadeiras com as perguntas não é verdade?
É claro que pensamos nisso também!
Criamos então o filtro para instagram com realidade aumentada de um chapéu em 3D, com uma trilha sonora de quadrilha para os internautas brincarem e interagirem com a maca.
A ideia inicial era colocar QRCodes nas ilhas da marca nos PDVs para que as pessoas interagissem lá, mas o filtro não foi aprovado a tempo de produção e acabou ficando apenas no digital.
A transmídia tem o objetivo de manter a relevância das suas ações, pois você utiliza conteúdos diferenciados para cada canal, instigando assim o cliente a continuar a conversa com você em outras plataformas.
Ao mesmo tempo se ele tiver acesso a apenas um dos canais, a mensagem estará completa da mesma forma, já que ela induz ao ato de contar histórias através de várias mídias, com mensagens diferentes mas que juntas se complementam.