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Estratégia: Autoconhecimento, Conhecimento e Prática

Estratégia: Autoconhecimento, Conhecimento e Prática
Mariangela Basoli
ago. 4 - 6 min de leitura
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Ouvi há pouco tempo que a melhor forma de evoluirmos como pessoas é com o Autoconhecimento, o Conhecimento e a Prática do bem. E pensei que é exatamente como precisamos agir não só em termos de crescimento pessoal mas também como estratégia para o crescimento dos negócios. Precisamos ter conhecimento do nosso negócio e da área onde atuamos, precisamos do autoconhecimento para estarmos inseridos de forma adequada neste sistema e precisamos das boas práticas para que ele se desenvolva bem. O planejamento de marketing acaba levando a um planejamento de vida.

E para termos acesso a isso, podemos começar com o autoconhecimento, entendendo que estamos inseridos em vários sistemas, e cada um interfere nos demais, começando do mais interno, a família por onde entramos no mundo, indo para comunidades mais externas, amigos do bairro, escola, trabalho, casamento, a sociedade da sua cidade, seu país, a cultura onde crescemos, e atualmente o digital, que torna tudo muito amplo e mais complexo para administrar. Só que a maneira como vamos atuar nesses círculos mais externos, e não for trabalhada de forma consciente, vai ser exatamente como aprendemos a nos relacionar na infância, com as pessoas dos círculos mais internos, porque as nossas reações,especialmente em momentos mais críticos vão ser guiadas pelo nosso inconsciente.. 

Trazendo para o contexto do plano de marketing, por mais que eu acumule conhecimento, colete os dados e os analise para verificar o que está dando certo ou não, se eu não tenho em mente meus vieses cognitivos, as decisões podem acabar sendo guiadas mais pelo emocional do que pelo racional. Até a forma como monto as estratégias e me relaciono com a equipe vai afetar as formas de implantação e execução. Nesses últimos dois anos, está havendo uma velocidade muito grande de mudanças de comportamento e do ambiente, e se você não entender o quê está mudando em especial dentro de seu próprio universo, que é essa análise da situação, você não consegue ver com clareza as ameaças e oportunidades novas. 

O Plano de Marketing envolve a estratégia, a análise de situações e oportunidades do mercado para direcionar ações táticas a serem tomadas. E como tudo na vida, isso é dinâmico, está em constante movimento e conforme se desenvolve, a partir da avaliação e controle, precisamos voltar ao início e ajustar ou fazer um novo plano. E dentro dessa visão do Plano, sobre o que temos real controle? Sobre nossas próprias escolhas, basicamente. Porque posso decidir o que é bom para mim, mas não necessariamente isso é bom para os outros à minha volta. Posso encontrar soluções super fantásticas do meu ponto de vista, mas que não são adequadas para o contexto da empresa, ou para o momento específico, porque sem o autoconhecimento não entendemos como reagimos ao ambiente à nossa volta e não enxergamos as reais ameaças e oportunidades. 

É importante fazer um alinhamento, a análise do macroambiente onde estou inserido, qual meu papel ali e o quanto as alterações desse macro me afetam? Que lugar eu ocupo dentro desse sistema? E qual é o microssistema onde estou inserido, quais são meus colaboradores, qual é o meu público, o que está acontecendo com ele, e principalmente olhar para mim, ver que tipo de perfil tenho, e então que tipo de característica de empresa e produto eu tenho para colocar no mercado.

Mas tudo isso está relacionado a meus gatilhos internos. Se como diz Peter Drucker: “Você não consegue melhorar ou gerenciar aquilo que você não consegue medir”, se eu não conheço minhas próprias limitações e fraquezas, como vou conseguir medir de maneira neutra os resultados desse plano? Porque posso muito bem projetar as falhas na estratégia em tudo que está fora, no ambiente, na concorrência, no mercado, nos clientes e não conseguir enxergar os problemas no meu produto ou em mim.

Por isso entendo que o primeiro plano a ser feito é o meu enquanto produto, mas somos muito míopes quando temos que olhar para nós mesmos, porque olhar para dentro nunca é fácil. Avaliar como é minha visão de mundo, o que está dando certo, o que está dando errado e o que preciso mudar para ter melhores resultados em minha vida, e o quanto estou projetando minhas questões e expectativas no outro, mais especificamente no contexto dos negócios, na minha empresa, nos meus colaboradores, nos meus clientes, para entender que eles não são responsáveis pela maneira como me sinto em relação às respostas que recebo.

Preciso entender isso, para então usar todo o conhecimento adquirido e colocar em prática, inclusive estando disposta a ouvir todos os envolvidos, porque senão quando olhar para os índices que estou medindo e não concordar com as respostas, posso ter reações emocionais que não serão produtivas para a estratégia. E é preciso entender que as outras pessoas envolvidas também vão ter suas questões, suas limitações e seus pontos de vista. Sabendo disso, posso expressar o planejamento com mais clareza, posso ser mais flexível para ouvir e receber as informações necessárias para ajustar o que for necessário.

Como é falado desde o começo, tudo é sobre pessoas. É simples! Só que o simples não necessariamente é fácil de fazer.


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