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Etnocentrismo e a cultura do cancelamento

Etnocentrismo e a cultura do cancelamento
Amanda Pereira
jun. 7 - 3 min de leitura
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Fofocar sobre a vida alheia não é nenhuma novidade na vida em grupo. Atire a primeira pedra quem nunca sentiu aquela vontade de compartilhar algum acontecimento presenciado e que não tem absolutamente nada a ver com você.

Quem você escolhe para “esse cafezinho”?

Aposto que alguém que provavelmente vá concordar com você ou que no mínimo, não vai te julgar como um grande fofoqueiro. Se a realidade tal qual cada um de nós conhece é um sistema de códigos advindo de uma construção social, e a vemos não como ela é, mas como nós somos, parece natural, nos juntarmos com pessoas que enxerguem pontos em comum e fortaleçam assim, a realidade desse grupo.

Acontece que nesse mundo de modernidade líquida (Zygmunt Bauman, 2001), de relações frágeis e maleáveis somadas ao potencial multiplicador da internet é criado um terreno fértil para a conhecida fofoca alcançar um amplo patamar.

A cultura do cancelamento, termo que se popularizou em 2017, com forte apelo a causas sociais e combate a estruturas opressoras de poder, hoje é também uma sentença proferida pelos tribunais de internet que pode ter se iniciado através de uma fake news e causar grande impacto.  

A união de um grupo sem fronteiras e capaz de movimentar pautas em prol da evolução de uma sociedade mais justa e igualitária, é na mesma moeda, um campo onde o etnocentrismo ganha espaço fértil e o julgamento do outro, baseado em nossas próprias crenças desmoraliza a imagem pública de alguém sem muitas vezes existir um campo plausível de questionamento.   

Não proponho discutir aqui os aspectos positivos e negativos da cultura do cancelamento, mas a reflexão acerca das ações e consequências que ocorrem na "terra da internet" e não damos a devida atenção, por vezes sendo ativos nesse julgamento e emitindo opiniões que mesmo sem “cancelar” o alvo em questão, podem abalar sua saúde mental.

Em troca de que? Se é a diferença que constrói a identidade, aprender a nos despir das nossas perspectivas é um convite a ampliar nossa visão de mundo e a enxergar novas realidades. Por isso, é inegável que o comportamento de um hate ou grupo de haters diz muito mais sobre eles do que sobre o alvo em questão. E que não ceder à horda por impulso nos permite não corroborar com um ambiente cada vez mais hostil e sem espaço para as diferenças.


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