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Mentiras Confortáveis ou Verdades Inconvenientes?

Mentiras Confortáveis ou Verdades Inconvenientes?
Mariangela Basoli
jun. 28 - 3 min de leitura
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Estamos ainda no meio de uma Pandemia, aprendendo a lidar com o isolamento social que já se estende há um ano, e sem previsão de uma volta ao que conhecíamos. Neste momento onde fomos levados a nos isolar por uma necessidade maior, o quanto tivemos que encarar essas verdades inconvenientes? Porque enquanto estávamos no fluxo, na antiga rotina, com um convívio social maior, rodeados de pessoas, conhecidas ou desconhecidas, na maior parte do tempo, ficava muito mais fácil nos mantermos nas Mentiras Confortáveis. Havia muito mais distrações.

Mas a partir do momento em que essas distrações ficaram mais distantes e inacessíveis, todos fomos levados a olhar para si, para as próprias dores, e perceber que não éramos tão resilientes quanto gostaríamos, tanto na vida social quanto nos negócios. Afinal, frente ao meio social as pressões internas são muito menores do que quando nos confrontamos a nós mesmos. Olhar para si é muito mais difícil do que olhar para o outro, porque no fundo quando olhamos para dentro, fatalmente aparecem as verdades que não queremos ver ou enfrentar.

Também não foi fácil perceber que com todos dentro de casa, o planeta continuou a girar, o sol ainda nasce todos os dias, e o mais assustador: mesmo que tenha sido por pouco tempo, sem a presença humana o ar fica mais limpo, parece que a grama cresce mais verde, a natureza vai tomando e espaço, e pessoas encontraram soluções para questões onde nos julgávamos indispensáveis.

Agora, após um ano de “confinamento” - porque graças às Tecnologias, este distanciamento social não significa necessariamente isolamento, a comunicação está muito mais fácil - o que está acontecendo de diferente, dos comportamentos anteriores à pandemia? O que aprendemos com o que está acontecendo, que pode trazer hábitos mais saudáveis, em termos de saúde física, mental, ou até mesmo financeira? 

Será que conseguimos aceitar as “Verdades Inconvenientes” de nossa fragilidade e da fragilidade do sistema em que vivemos, e estamos aprendendo como viver dentro das limitações, buscando meios para nos adaptarmos, para sermos mais flexíveis e não quebrarmos com o primeiro vento? Ou já estamos voltando às Mentiras Confortáveis, de que tudo já passou e que vamos poder viver como antes, e não precisaremos mudar comportamentos, mentalidade e estratégias?

Às vezes quando saio à rua sinto como se muito pouco tivesse mudado neste sentido. Parece que muito pouco foi aprendido, e com raras e gratas exceções, ainda há muito a aprender a respeito de limites, ética e respeito mútuo.Porque não adianta toda a evolução tecnológica ao nosso dispor, se o Ser Humano por trás desta tecnologia não evoluir em Humanidade, em Resiliência, em Auto-responsabilidade e em Ética, para enxergar o outro ser humano à sua frente, com quem está se comunicando, seja por qual meio for, seja frente a frente, seja por meios eletrônicos. Não gostaria de um futuro tecnológico onde um robô entendesse mais de empatia e colaboração do que o Ser Humano que está por trás de sua programação. Acho que prefiro encarar as “verdades inconvenientes” que vem com o relacionamento humano do que as “mentiras confortáveis” que o algoritmo pode construir para satisfazer minhas expectativas.


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