O tempo passa, e cada vez mais depressa, parece sempre escasso, 24 horas já não é mais suficiente para muitas pessoas fazerem tudo que gostariam, trabalhar, cuidar da casa, da compra do mercado, dos filhos, das lições de casa, descansar, namorar, ler um bom livro, fazer ginástica, meditar, acompanhar os e-mails, conversar com os amigos, fazer presente nas redes sociais, acompanhar o e-mail, as notícias do mundo... tantas tarefas e mais tarefas, a sensação no fim do dia é a de que sempre estamos correndo atrás e não na frente, e as listas do "to do" parecem algo sem fim....
Grande “culpado” disso são os tempos modernos, e a velocidade das transformações, o rompimento de padrões na sociedade, inclusão, sustentabilidade, e as mudanças tecnológicas.
No tempo da minha mãe (65 anos atrás), a mulher cuidava da casa e dos filhos, e o marido trabalhava para garantir o sustento da família, ter uma renda era suficiente para que minha família de 4 pessoas pudesse ter uma vida boa de classe média com casa própria e carro na garagem.
Hoje, minha geração já apresenta uma outra realidade, a mesma qualidade de vida hoje requer duas rendas, os brinquedos que meu filho pede não são os mesmos que eu pedia quando era criança, o pacote de internet e tv a cabo agora são custos essenciais, como água e luz. Homens e mulheres hoje acumulam muito mais tarefas onde é preciso dividir, e muitas vezes terceirizar, para não surtar....
A tecnologia trouxe a conectividade, e a sensação de poder resolver muitas tarefas com um ou alguns cliques, sem precisar de deslocamentos, e horas perdidas as vezes para concluir uma tarefa. As contas do banco são pagas por app, a compra do mês no supermercado se faz em segundos também por um app, a compra de um presente, uma roupa, uma viagem, até de um carro.
No mundo profissional
Se adaptar a essa realidade altamente tecnológica é missão sem fim para as pessoas e também para as empresas, e essa facilidade em obter o que deseja em rápido espaço de tempo gera mudanças no comportamento do consumidor, que se tornou muito mais imediatista, em conseguir o que deseja, e também a resolver os seus problemas.
Lançar um produto no mercado hoje desde um batom, até um apartamento, requer estratégias completamente diferentes das empresas. O consumidor hoje é o ator principal, é ele que busca a informação da forma e no momento que ele deseja, tudo on demand, ele decide ver a propaganda ou não, ele decide qual filme quer ver no horário que ele quer, ele tem e deseja ter muito mais interação com as empresas, o tempo de resposta que ele espera é sempre o imediato, questão de minutos ou horas, ele advoga pelo produto/ serviço tanto para o lado bom como para o lado ruim, ele propaga, ele influência nas suas redes de contato, ele tem muito mais voz, uma voz que as empresas precisam sempre estar atentas a ouvir.
Para atender a este consumidor cada vez mais exigente e ativo, e sobreviver no mercado as empresas tiveram que inovar, repensar seus processos internos, seus produtos/ serviços, sua embalagem (afinal hoje há uma grande preocupação com a sustentabilidade do planeta), sua distribuição (digital e-commerces), seu posicionamento perante a sociedade (mais inclusiva), e suas ações de lançamento e divulgação.
No tempo da minha mãe as ações de mídia eram totalmente off-line, o público conhecia os lançamentos de produtos por meio de comerciais, revistas, jornais, e outdoors, onde as empresas gastavam fortunas com mídias caras, e muitas vezes não conseguiam mensurar os resultados obtidos, a comunicação era de massa, alcançar o público certo, era como se fosse ganhar na mega sena.
Com o consumidor no centro de tudo, que busca o que deseja, as estratégias passaram a ser digitais o online se tornou muito mais atuante, as empresas passaram a estar onde o cliente esta, muitas delas migrando totalmente suas ações do off para o online, através de inúmeras plataformas, onde é possível segmentar desde a idade do público que você deseja alcançar até saber a propensão que ele tem em adquirir cartão de crédito.
Cuidados no digital
A segmentação se torna muito mais assertiva, e barata no meio digital, porém com todas as empresas migrando para o mundo digital, com a mesma necessidade de aparecer para o cliente e iniciar um relacionamento com ele.
O que acaba sendo legal e bem visto no começo, acaba se tornando um oceano sem fim de tanta informação, os disparos de e-mails marketing são infinitos e diários, muitas vezes sendo impossíveis de acompanhar, o excesso de informação, e a necessidade ter que atender de imediato porque o cliente não quer esperar, fez com que muitas empresas investissem em bots para melhorar o seu atendimento.
Muitas até fazem muito bem e com excelência, sendo as vezes nem percebido pelo cliente que ele está trocando mensagens com um robô, mas quando é percebido por ser feito de maneira não eficiente, acaba gerando um resultado extremamente negativo para o cliente e para a empresa, afinal falar com um robô que não consegue entender o seu problema torna-se um desalento, e aí a falta do que um o ser humano tem de melhor pesa, a emoção, fazendo com que a experiência do cliente com a marca seja negativa.
Hoje, podemos dizer que a boa experiência do cliente com a marca é extremante importante, e gerando no marketing o insite de que o ideal é, nem tudo off e nem tudo on, e sim o onlife.
É necessário integrar, entender os hábitos do consumidor e a partir disso permitir que ele vivencie experiências diferenciadas com a empresa, tomando cuidado para essa interação se relacione com o cotidiano do cliente, esteja contextualizada e não encarada apenas como uma propaganda, fazendo parte da vida dele, e como sabemos que o consumidor é Always on, sempre conectado, realizar ações tradicionais que os levem para a continuidade no ambiente digital podem ser uma excelente opção de proporcionar uma ótima experiência ao seu cliente.