O Neuromarketing é uma área da psicologia científica que identifica padrões comportamentais por meio de resultados de pesquisas corroboradas por diversas técnicas, onde os resultados do processo da tomada de decisão tornam-se mais transparente sob a falsa percepção da racionalidade aplicada em nossas vidas.
Todos os estudos estão baseados em técnicas e metodologias científicas para a leitura da atividade cerebral dos indivíduos expostos ao mais diversos estímulos e situações controladas sob o acompanhamento de um neurocientista. Os equipamentos de leitura utilizados geralmente variam entre o Eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética funcional (fMRI) e Mynd® (wireless EEG). Em resumo tratamos de uma disciplina altamente especializada.
Os estudos nos permitem identificar o consciente coletivo observado em ações individuais, que quando ajustadas aos objetivos de marketing, tornam-se poderosas abordagens de marca.
Jürgen Klaric diz em seu livro Estamos Cegos:
vivemos em uma era digital e social, onde o coletivo prima sobre o indivíduo e ao estudarmos o coletivo entenderemos o indivíduo.
Os resultados dos estudos da disciplina ganham cada vez mais espaço e torna seu conhecimento obrigatório para aqueles que desejam melhores resultados e conexões com seu público de interesse.
Por mais complexos que sejam os ambientes e as multifacetadas decisões transacionais a verdade é simples, mas não tão simples assim: o ser humano decide suas escolhas e ações pela emoção.
Dispomos de tecnologia, dispositivos, wifi, assistentes digitais, inteligência artificial, carros autônomos e quase tudo que puder imaginar, e tudo está à disposição de um cérebro antigo para a cargo da resolução de novos problemas, ainda focado na sobrevivência, reprodução, empoderamento e diferenciação.
Temos em média a necessidade de 35.000 decisões diárias, algumas tão rápidas e fugazes quanto o pensamento e aumentando cada vez mais conforme vivemos no mundo físico e digital.
Se tivéssemos que tomar cada decisão de maneira lógica e racional, medindo prós e contras de cada escolha o consumo de energia necessário para uso do cérebro seria muito superior aos 20% usuais tomando como base uma dieta de 2.000kcal/dia.
Para ter uma ideia, de acordo com estudos da Harvard Medical School 350kcal/dia correspondem a 30min. de atividade física intensa de spinning, escalada de montanha, nado borboleta, por isso o cérebro reptiliano tende a economizar energia nas decisões rotineiras, estando alerta para temas mais importantes como riscos de sobrevivência ou oportunidades de reprodução.
O cérebro humano pode processar apenas 40bts/dia, o que é muito pouco se comparado ao volume de informações ao qual é submetido, 11.000 bits info/seg, agora pense como este dado impacta a forma dos profissionais de marketing atuarem no planejamento, criação de conteúdos, publicidades, criativos, vídeos e todas as peças de uma campanha, ou seja, nossa rotina é generalizar as informações para categorizá-las e assim decidir seu nível de importância.
Todo conteúdo deve ser de rápida assimilação e devem ser pensados diferentemente para homens e mulheres. Não importa o tamanho da marca, sua janela de tempo está na média de 3s para convencer alguém de que sua oferta vale a pena o investimento da atenção pessoal.
O cérebro humano é social, pois valoriza as histórias e narrativas claras, aprecia um bom começo e um final conclusivo, é que podemos considerar como a chamada de abertura ou headline e o fechamento.
Neste espaço entre o título e o fechamento existe algo muito importante para a manutenção da atenção, trata-se da capacidade de apresentação de uma narrativa instigante e que promova a progressão do leitor, visualizador, ouvinte ou espectador sobre o tema que captou sua atenção.
Compreenda que o meio da mensagem é automaticamente deduzido pelo cérebro, pois ele utilizará o conjunto de experiências passadas para presumir e resumir o caminho, então não seja óbvio demais.
Quem nunca começou a escutar uma história, assistir a um filme e já foi capaz de antecipar seu final, fazendo com que o encanto acabasse naquele momento, por isso existem muitas técnicas de copywriting que poderão auxiliar neste storytelling até a chegada da chamada para ação.
O cérebro gosta tanto de histórias que um bom storytelling chega ativar 7 áreas cerebrais muito importantes para a leitura da mensagem, áreas estas diretamente envolvidas com as formas de linguagem, processamento, cognição, memória, atenção, raciocínio e mais o engajamento.
10 Fatos Práticos sobre o Cérebro nas Ofertas:
A emoção supera a razão e o instinto bate os dois;
A mente humana prefere metáforas, pois são mais intrigantes e levam o cérebro à conclusões próprias se o produto ou serviço é adequado;
Em média 80% das pessoas leem o título e apenas 20% leem o conteúdo. Se o título for óbvio, seu cérebro já antecipa o fim da história não haverá a menor vontade em continuar;
A dor é 2X mais potente que o prazer e o medo da perda ajuda vender. O cérebro gosta de ganhar/prazer e não de perder;
Quando se fala em preço, preço é dor. Não venda produtos e sim os benefícios sociais e “ganho de personalidade” a ele atrelados;
Simplifique as coisas. Não utilize $, zeros nas casas decimais e apresente o preço na forma de um número simples. Isso tende auxiliar a redução da pressão da compra;
Apresente sempre os preços na ordem do maior para o menor: preço cheio, parcelado em X vezes, pois conforme o conforto aumenta e a dor diminui;
Tudo é uma questão de contraste, tanto na disciplina de semiótica quanto na narrativa, seja em relação ao tamanho, oferta, oposição, vantagem e tudo mais que possa apresentar ao cérebro a clara ideia de que isso é melhor do que aquilo;
80% dos Estímulos recebidos pelo cérebro são visuais, o que os olhos veem chega mais rápido à consideração, por isso o design, movimento, teorias das cores e tudo mais é tão importante a construção da mensagem;
O olfato é o segundo sentido mais importante após a visão, pois as memórias ganham vida quando o cérebro recorda dos sentimentos vividos, ele revive os bons e maus. Quem nunca sentiu um perfume, aroma de comidas e lembrou imediatamente de algo até então esquecido?
O Neurmarketing é uma fonte de informação valiosíssima para uso profissional. Felizmente temos cada vez mais acesso a novos conteúdos e estudos. Há dez anos já lia livros sob o título de neurociência, mas quando se trata de consumo o marketing ajusta o que lhe permite alcançar a maior base de consumo possível.
Por
Fabrício Alencar Pereira
Gestor de Planejamento e Fundador da Marketing Ways, Empresa de Consultoria em Marketing Estratégico, Branding, e-commerce e Comunicação Integrada, seus subsistemas e influências sobre os negócios com foco no crescimento de receita e valor de marca.