Para tratar do Neuromarketing vamos lembrar dos tradicionais comerciais de margarina. Cresci assistindo eles, e você? Na infância e na adolescência eles me perturbavam, pois meu ambiente de café da manhã passava longe daquele cenário. Ficava me perguntando se alguém tinha aquela família perfeita, aquela cozinha iluminada pelo Sol (amo Sol) e com uma mesa tão linda! Na fase adulta, comecei a ver estes “reclames” de maneira diferente. A mensagem começou a fazer sentido: “se você ama, se você cuida, você compra a margarina X”. Só havia um problema, quem fazia as compras era minha mãe e sinceramente ela nunca viu essas propagandas, por causa dos horários do trabalho dela e porque ela nunca gostou de TV.
Anos depois, ao sair de casa, chegou o meu momento de ser a responsável pelas compras do mercado. Agora sim, eu parei na frente da prateleira e fui até aquele pote que me perseguiu na infância e na adolescência e finalmente comprei. Continuo sem ter aquela cozinha iluminada pelo Sol e quanto a família...é quase perfeita: nunca tivemos um cachorrinho fazendo gracinhas na mesa.
Toda essa introdução, longa é verdade, para abordar a magia do Neuromarketing. Vamos lá? As respostas estão contidas no estudo do cérebro.
A dinâmica entre a neurociência, que estuda como funciona o cérebro do consumidor e o marketing, que atende aos desejos e às necessidades do indivíduo, é chamada de Neuromarketing. Para “amarrar” com a propaganda da “família feliz”: destaco um dos campos em que o Neuromarketing é aplicado: Publicidade e Eficácia: explica como algumas campanhas nos deixam uma boa impressão e por que outras não. Nem preciso dizer que a tal propaganda me deixou uma boa impressão.
Outro ponto de destaque, segundo o Neuromarketing, os consumidores são motivados basicamente por dois fatores: a busca por prazer ou a fuga da dor. Por isso, a peça publicitária deve apresentar os benefícios proporcionados ao consumidor se ele comprar o produto. Não queria minha família com problemas de colesterol, por isso, “converti” e comprei. Fui racional ou emocional?
De acordo com a neurociência, se a compra acontece primeiro na emoção, o consumidor identifica na propaganda os argumentos racionais necessários para se sentir justificado ao efetiva-la. Portanto, o marketing precisa planejar uma propaganda que dê essa resposta ao consumidor: afirmar que aquela margarina evita o colesterol, é saudável; é tudo que eu precisava saber.
Finalizando se as organizações souberem utilizar o conhecimento do Neuromarketing, com o suporte da neurociência, poderão posicionar as marcas e se comunicarem de forma assertiva com o público-alvo. A “família feliz” da propaganda de margarina continuará valendo e nunca será piegas.