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O que realmente importa?

O que realmente importa?
Amanda Pereira
jul. 27 - 3 min de leitura
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Para além da Sociedade do Cansaço na criação de estratégias de marketing

Toca o despertador, aciona o soneca e quando é mesmo a hora de levantar, ainda encostado na cama: “deixa eu ver aqui o Google Agenda para checar os compromissos”. Entre uma coisa e outra, infinitos feeds - o tempo escorre pelos dedos. Mas como deixar alguém sem resposta? E essa notícia que acabou de sair? As horas do dia vão passando e a gente mal percebe o quanto de excesso de informação têm nos impedido de realizar o que é realmente importante.

Quando o check-list de prioridades nunca chega ao fim não devido à procrastinação, mas sim ao excesso de conteúdo, à necessidade de pertencimento e à falha no filtro de qual link abrir e em qual momento. Como diz Martha Gabriel, o que você escolhe não ver é ainda mais determinante do que o conteúdo que você decide consumir.

Ansiedade, depressão, déficit de atenção, Síndrome do Burnout e outras doenças neuronais estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, no dia a dia de uma sociedade exausta e que não pára de pedalar mesmo sem saber aonde vai chegar. O “excesso de positividade” ao qual estamos submetidos por exemplo no scroll de um feed, é assunto do primeiro capítulo de Sociedade do Cansaço (Byung Chul Han, 2017) onde o autor discorre sobre a nossa incapacidade de detectá-la e dessa forma, combatê-la.

“A violência neuronal, ao contrário, escapa a toda ótica imunológica, pois não tem negatividade. A violência da positividade não é privativa, mas saturante; não excludente, mas exaustiva. Por isso é inacessível a uma percepção direta”. (Pg. 20, Sociedade do Cansaço, Byung Chul Han, 2017).

Não percebemos a situação, nosso corpo não entende como algo negativo ou perigoso, e por consequência, não reagimos.

Estudar e aplicar Marketing e se aprofundar em suas possibilidades no ambiente digital é também desenvolver a percepção das nuances não só das ações desenvolvidas e consequências com os públicos da marca, mas observar nosso comportamento como profissionais “24h/7” e o quanto isso pode afetar nossa saúde mental e todos os aspectos da nossa vida.

Ações agressivas que cercam o consumidor de todas as formas e discursos prontos de motivação e produtividade, sem um real cuidado com a qualidade do conteúdo e o porquê de cada etapa da estratégia, estão com os dias contados. Em níveis e tempos diferentes, as pessoas têm percebido que o motor dessa conversação são elas mesmas e assumido esse lugar de poder.

O espaço continua aberto aos bons relacionamentos, a ouvir, adaptar, fazer a leitura correta de dados e tomar decisões assertivas. Se afobar e fazer mais do mesmo é um duplo caminho de desgaste: para quem produz e para quem recebe o conteúdo.

Com uma proposta de marketing mais consciente e que invista na relação de proximidade entre as partes envolvidas no processo de consumo, aplicar a essência do marketing, é respeitar os valores das marcas, sua autenticidade e responsabilidades socioambientais é a boa troca - todo mundo sai ganhando.

Nataliya Vaitkevich via Pexels 


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