É sempre assim quando surge uma nova mídia: "a TV vai matar o rádio", "o cinema vai matar a TV" e nisso chegamos à era dos Podcasts e por enquanto, ninguém morreu, todos se adaptaram, até porque, nada mais humano do que se adaptar para sobreviver, como bem nos ensinou Darwin.
A tecnologia mudou - e muito - desde o surgimento do rádio. O advento da telecomunicação possibilitou cada vez mais um distanciamento espacial sem significar, necessariamente, um distanciamento temporal, como acontece, por exemplo, com eventos mediados pela internet, onde é possível participar de um mesmo episódio junto a pessoas de várias partes do mundo, simultaneamente, estando cada um desses indivíduos, em suas próprias residências, já que os limites da interação face a face foram superados pelo uso dos novos meios técnicos de comunicação e melhorias nos sistemas de transporte mundiais, tornando o mundo cada vez “menor”.
A compreensão de lugares distantes e passado histórico era, antes desse advento, modelado pela troca de conteúdo simbólico das interações face a face – narração de histórias e tradições orais, que foram suplementadas e até reconstituídas pela difusão dos produtos da mídia. Através dessa “mundanidade mediada”, a compreensão do mundo sem a necessidade da experiência pessoal propriamente dita tornou-se uma realidade, onde personagens, quer de livros, do cinema ou de telenovelas, vivenciam situações e lugares e, ao mesmo tempo, os indivíduos que acompanham tal história também experimentam essa vivência com eles.
Já os atuais Podcasts e até os Streamings possibilitam uma total flexibilidade de consumo e por isso têm conquistado mais adeptos a cada dia, já que nesse mundo atual somos todos "multi" - multitelas, multitarefas, multiambientes etc - e o consumo desse tipo de conteúdo nos permite entretenimento, estudo ou os mais diversos segmentos escolhidos, enquanto cozinhamos, estamos no trânsito ou até enquanto tomamos banho, por que não?
Receber os produtos da mídia faz parte da rotina diária das pessoas ao longo da história da humanidade e a situação em que se dá o recebimento dessas mensagens é que vem mudando a cada dia, mas sempre haverá espaço para as mídias que se adaptarem, pois para cada momento da nossa vida (ou do nosso dia) estamos mais propensos a cada uma delas.