A questão da relevância das marcas nas redes sociais está intimamente relacionada a capacidade de engajamento com a audiência, não que isso fosse diferente nos tempos em que somente existia a mídia off-line – criatividade, em conjunto com uma mensagem correta, sempre trouxeram os melhores resultados para as marcas, mesmo em outros tempos.
E o que mudou quando olhamos para o universo on-line? Qual a razão para se falar tanto sobre a qualidade do conteúdo disponibilizado nos diferentes canais? Por que temos que investir mais em produção e geração de conteúdo proprietário?
A grande mudança está na fragmentação dos canais de mídia. Saímos, em pouco tempo, de alguns poucos canais de TV e rádio, com programas por vezes muito similares, para um universo novo e muito amplo com várias redes sociais, sites, plataformas de streaming, podcasts entre outros. A profissão de ator está se transformando em influencer, ampliando ainda mais as opções de comunicação. Não que a qualidade no mundo off-line não fosse um ponto importante – a Globo definiu muito do mercado com seu “Padrão Globo de Qualidade”, conteúdo é relevante desde sempre!
Frente a toda essa fragmentação fica óbvio que colocar qualquer conteúdo para ‘não ficar para trás’ dificilmente irá gerar resultados ou alguma relevância para sua marca. Sabe aquele post para marcar uma data que ninguém liga? Isso, ele mesmo – aquele calendário com o dia disso, data daquilo, que tem alguma importância apenas para um pequeno grupo de pessoas, mas talvez não para a sua audiência ou sua persona – veja qual a interação que ele produz, na maioria dos casos nenhuma e pode até prejudicar os resultados do perfil.
Na outra ponta vemos a todo instante o surgimento de uma série de propostas mirabolantes tentando de toda maneira fazer o conteúdo ‘viralizar’. Muitas com o claro objetivo de causar controvérsia torcendo para que isso gere resultados, mesmo com todos os riscos para a reputação que estão envolvidos em ações desse tipo – marcas têm sido canceladas nessa tentação que é o tal do ‘lacrar’. Será que esse deveria ser o objetivo de um conteúdo, ou ele deveria ser parte de um processo de construção de imagem que leve naturalmente para o caminho da relevância? É aqui que surgem as soluções mágicas que prometem virar o jogo, é a hora que o trabalho do Curador vira um CURANDEIRO. A diferença entre os dois está no final desse texto.
Aí entra o papel de um curador para o conteúdo, em direção oposta ao do curandeiro. O cuidado, o trato e até mesmo o carinho com que cada post é analisado para indicar se está alinhado com os objetivos estratégicos da marca, se contribui para realmente para esses objetivos, olhando para o mercado e para a concorrência, ou se é apenas uma ação sem qualquer vínculo estratégico ou busca por retorno consistente.
Com uma curadoria bem-feita, a entrega de valor para o cliente fica muito mais palpável, pois o conteúdo está orientado para uma construção de relacionamento, não apenas um like ou comentário pontual.
CURADOR - Etimologicamente, a palavra curadoria tem origem do latim "curator", que quer dizer "aquele que administra", "aquele que tem cuidado e apreço. O ato de "curar" está relacionado com o zelo, cuidado e atenção com alguma coisa.
A curadoria pode ser também composta por um grupo de pessoas (uma diretoria, por exemplo), que tem a finalidade de debater, organizar e realizar eventos, ações, promoções ou demais situações que necessitam ser planejadas.
CURANDEIRO - Indivíduo que, supostamente, cura doenças com rezas, benzimentos ou feitiçarias sem curso de habilitação; charlatão em medicina.
Quem trata pessoas com curas e benzimentos; benzedeiro.
adj. Que trata pessoas e suas doenças através de rezas, benzimentos, feitiçarias.