Assertividade. Cada vez mais os profissionais de marketing se esforçam em suas estratégias de campanha para criarem a mensagem ideal para o seu consumidor. Como atrair, chamar e prender a atenção, ter a mensagem compreendida, que faça o consumidor comprar, e engajar com o seu produto ou serviço? Hoje inúmeros profissionais de marketing no mundo se juntaram a profissionais da ciência (neurologistas e cientistas) para obter essas respostas, através do NeuroMarketing.
O neuromarketing estuda o cérebro com o objetivo de saber como podemos influenciar o cérebro do consumidor para que ele realize o processo de troca que desejamos. É através dessas respostas que podemos tomar decisões estratégicas no desenvolvimento da comunicação de uma marca, uma campanha, uma peça de comunicação, um post, a fim de torna-la mais assertiva.
O cérebro é o que nos guia. Seu objetivo sempre foi buscar a sobrevivência e a reprodução, o empoderamento, e a diferenciação, buscando sempre aumentar o prazer e diminuir a dor, sem gastar muita energia para isso.
O que acontece no mundo, é o que o nosso cérebro capta por meio dos sentidos e de como ele capta a informação. Quanto mais conhecemos o cérebro, mais podemos otimizar o seu uso, através de sua performance. E quanto mais eu conheço o cérebro do consumidor, maior será o meu poder de influenciar sua tomada de decisão.
A tomada de decisão de todos nós consumidores, é feita através da emoção, é como a pessoa sente que a faz ter uma tomada de decisão. Primeiro ela se emociona, depois racionaliza e por fim justifica. O marketing além do papel de influenciar pela emoção a tomada de decisão, ele também pode ter o papel de justificar tal decisão.
Quando pensamos criamos sentimentos e emoções, esses sentimentos criam comportamentos, e esses comportamentos reforçam pensamentos, e o pensamento criam sentimentos ... como em um ciclo.
Um dado citado na aula pela convidada Eliane Coutinho (médica, com mba em neurociência aplicada ao consumo) me deixou perplexa. Tomamos diariamente cerca de 35 mil decisões por dia, e recebemos de informação do meio externo 11.000 bits por segundo, porém só conseguimos absorver 40bits. Por mais que parte dessas 35 mil decisões por dia grande parte dela sejam ‘irracionais’ como por exemplo piscar os olhos, o fluxo de informações que recebemos é muito elevado frente ao número do que o nosso cérebro consegue absorver, e o que ele não consegue absorver simplesmente é descartado. Desta forma, podemos perceber o quanto o neuromarketing é importante, para que possamos ser mais assertivos na comunicação, a fim de conseguir alcançar os 40 bits de atenção do cliente.
Os estudos no neuromarketing já apontaram algumas características importantes comuns que devem ser consideradas por profissionais de marketing em sua linha de comunicação para o alcance da assertividade, por exemplo:
*Conteúdo das Mensagens: devem ter começo, meio e fim, porém o cérebro presta sempre mais atenção ao começo e ao fim , por isso os 30 segundos iniciais deve ser muito impactante a fim de conseguir gerar uma boa impressão, pois o meio, acaba que por ser ‘perdido’ para o cérebro, e o fim deve ser algo mais suave.
- Contraste: A comunicação em uma peça publicitária deve ter constraste, pois a diferenciação chama a atenção, exemplo : dia e noite, claro e escuro, sim e não.
- Provas de antes e depois: Peças publicitárias em que é possível mostrar a comparação do antes e o depois do seu uso também geram muito impacto.
- Tornar o produto ou serviço tangível: pois o cérebro não distingue muito o real do imaginário, ele entende de forma muito racional que se eu consigo tocar em algo, ele pode ser meu.
- Usar imagens que incentive a interação mental com o seu produto: ativando os “neurônios espelho”, isso ocorre por exemplo quando você vai a uma loja de roupas, e a vendedora está usando uma das peças que está sendo vendida, e você vê e quer uma peça igual. O cliente se identifica.
- Usar faces humanas: O cérebro é muito visual, portanto usar faces humanas em peças é uma boa opção, porque o cérebro reconhece de forma muito intensa.
- Usar termos e expressões nas peças que tragam sensações de ganho, e não de perda, porque a perda, e o medo, são sensações ruins que faz que com que haja fuga. Evitar usar as palavras “não”, “perda” ou “elimine”. E usar mais a sensação de escassez, como ‘’ultimas vagas”, ‘oferta por tempo limitado”
- Preço do maior para o menor: e não o contrário para não gerar sensação de dor.
- Quantidade no lugar de variedade: pois o cérebro não gosta de gastar energia, e quando ele se vê com muitas opões, ele demora mais para decidir, é mais difícil porque há muitas opções.
- Usar o storytelling: é comprovado cientificamente que ao passar dados para os consumidores, o cérebro atinge apenas 2 de suas áreas, porém quando é contada uma história, o cérebro passa a atingir 7 de suas áreas, dentre elas a emoção, linguagem, memória, atenção e raciocínio, o que traz um engajamento muito maior. Os 2 lados do cérebro trabalham ao mesmo tempo, e é muito provável que as áreas que você ativou no seu cérebro ao contar aquela história permita que você conecte essas mesmas áreas no cérebro do seu cliente.
- Diferenças entre Público feminino e masculino: o comportamento do homem e da mulher são distintos por essência, por conta do seu cérebro que é diferente. A mulher possui uma conexão maior entre os dois lados do cérebro, o que permite que estejam mais atentas aos detalhes, colhe mais informações para uma tomada de decisão, tem uma comunicação mais fácil 80 mil palavras/ dia, já o homem possui uma visão mais fechada de funil, com menos comunicação, 40 mil palavras/ dia, costuma ser mais objetivo. É importante considerar essas características para a comunicação se o seu público for composto totalmente por um gênero, ou outro.
- Horários para comunicar: Conhecer os melhores horários do dia em que o seu consumidor está apto a receber informações e processá-las da melhor maneira.
O tempo hoje em dia está cada vez mais escasso, estamos sempre sobrecarregados de tarefas e informações externas, por isso é cada vez mais fundamental buscarmos ser mais assertivos nas campanhas e na vida. E viva a ciência no apoio ao marketing.
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay