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O paradoxo da utilização da Inteligência Artificial

O paradoxo da utilização da Inteligência Artificial
Alexandre Lima
fev. 14 - 4 min de leitura
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É inegável que o avanço da inteligência artificial, no nível em que se encontra hoje, facilitou muito o nosso cotidiano. Por outro lado, não podemos deixar de levar em consideração que em muitas áreas o avanço tecnológico tem possibilitado a substituição de pessoas por máquinas.

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Há algum tempo venho prestando atenção nesse movimento nas mais diversas áreas. Por exemplo, hoje é muito difícil alguém ir ao banco para falar com o gerente, pois o aplicativo do smartphone permite resolvermos praticamente tudo de casa ou qualquer lugar.

Ano retrasado fui surpreendido por um caixa automático no supermercado próximo da minha casa, um não, na verdade instalaram quatro máquinas. Basta fazer uma conta simples para ver a economia que eles proporcionam, já que substituem quatro pessoas, por cada turno de oito horas, recebendo salário, férias, décimo terceiro, entre tantos outros encargos trabalhistas e previdenciários. Detalhe, eu nunca vi nenhuma das máquinas com problema ou fora de funcionamento. Em minha cidade, interior de São Paulo, elas chegaram apenas em 2019, já nas capitais e grandes regiões metropolitanas esses caixas existem desde 2017.

Ao mesmo tempo que tira a vaga de um trabalhador, facilita para os clientes do supermercado que não querem mais esperar nem pela fila de até 10 unidades, pois, às vezes, compramos quantidades menores e na máquina a fila é muito mais ágil.

Vislumbro que no futuro só estarão garantidas as profissões extremamente essenciais, cujas decisões ou trabalho não possam ser substituídas por máquinas. Nas demais, só permanecerá empregado aquele que souber interagir muito bem com a tecnologia.

Por exemplo, esses dias recebi uma ligação da minha operadora de cartão de crédito para garantir que era eu mesmo quem havia feito determinada compra, tendo em vista que fugia ao meu perfil de consumo, ou seja, algum sistema com inteligência artificial alimentado com informações constantes foi capaz de identificar que eu adquiri um produto que não se assemelhava ao meu padrão de compras.

Nesse caso particularmente quem fez a ligação foi uma pessoa após ser avisada pelo sistema, você tem dúvida de que num futuro não muito distante, essa ligação será feita de forma totalmente automatizada sem a interferência do ser humano?

Outra ponto que devemos levar em consideração é que pela primeira vez temos uma geração de filhos cujo QI é inferior ao dos pais. Como pode com tanta informação e tecnologia as crianças terem um desenvolvimento cognitivo aquém de seus genitores?

Hoje por meio de uma busca no google já temos a resposta para todas as nossas dúvidas, sai tudo pronto, “mastigado”, “dirigido”, e quando alguém se dá o trabalho de ler, é sempre aquela leitura rasa, sem a busca pelo conhecimento e finalidade de guardar aquela informação na memória de longo prazo. As pessoas acabam crescendo sem cultura, sem informação, sem repertório e isso dificulta sua tomada de decisão, a resolução de problemas que se apresentam no dia a dia, a dificuldade de comunicação e assim por diante.

Vemos as máquinas cada vez mais inteligentes e as pessoas cada vez mais com dificuldades de cognição, raciocínio e articulação. As crianças que hoje já nascem com o smartphone ou um tablet fazendo parte de sua rotina, certamente enfrentará ainda mais dificuldades quando se tornar um adulto. Competência consideradas primárias e essenciais pelos seres humanos estão perdendo espaço para tecnologia e isso cobrará um preço altíssimo lá na frente.


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