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Será que somos quem realmente somos na internet?

Será que somos quem realmente somos na internet?
Rogerio Chinen
out. 28 - 4 min de leitura
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É indiscutível o impacto da internet em nossas vidas. E o brasileiro então... adora!

Segundo Hootsuite, o Brasil é o segundo país que passa mais tempo conectado à internet ficando, em média, mais de 9 horas na internet todos os dias. O Brasil está atrás apenas das Filipinas.

Mas... será que isto é bom?

Uma característica comum da grande maioria das plataformas ditas "free" é que todas elas coletam dados do usuário em troca da utilização da plataforma. Estes dados compõem um grande big data, que permitirá direcionar campanhas de marketing mais específicas. E é daí que vem a monetização da grande maioria destas plataformas ditas "free".

O jornalista Andrew Lewis resumiu este conceito em uma única frase bem ilustrativa "Se você não está pagando por um produto, é sinal que o produto é você."

As pessoas estão cada vez mais tomando consciência disto, resultando em um comportamento cunhado por Tijmen Schep como social cooling.

A idéia por trás do social cooling é uma mudança comportamental na internet mediante o fato de as pessoas se sentirem vigiadas.

Em um mundo onde cada ação que tomamos na internet é registrada e analisada, de que forma isto vai impactar em minhas oportunidades na vida real?

O medo de que nossas ações na internet possam limitar nossas oportunidades na vida real, têm levado as pessoas a agir não conforme gostariam, mas como acreditam que a sociedade determina como aceitável e desejável.

Tudo para manter uma boa reputação digital.

Ao agir desta forma, estamos abrindo mão de nossa liberdade, autenticidade e individualidade em prol de um comportamento digital "normal" imposto pela sociedade.

Quais são os efeitos negativos deste social cooling no nosso comportamento?

Em primeiro lugar, deixamos de clicar em certos links por medo de sermos rastreados e julgados. Impomos a nós mesmos uma auto-censura. Aceitamos a conformidade.

Em segundo lugar, temos uma cultura de aversão ao risco. Sistemas de pontuação podem criar incentivos indesejados e aumentar a pressão para agir de acordo com a média. Deixamos de ousar, de fazer algo diferente.

E por fim, temos uma rigidez social exacerbada. A reputação digital está limitando nossa habilidade e nosso desejo de protestar contra injustiças. É uma forma eficaz, poderosa e sutil de controle social.

Uma visão clara e assustadora desta realidade levada ao extremo pode ser vista em um dos episódios da brilhante série televisiva Black Mirror.

No primeiro episódio da 3a temporada, denominado 'Nosedive' acompanhamos a vida de Lacie Pound e sua luta para subir no ranking social e desta forma conseguir um financiamento para uma moradia dos sonhos. Apenas os cidadãos muito bem pontuados podem morar neste condomínio.

Ao longo do episódio, nós vemos o perigo e os problemas de uma sociedade onde todos estão preocupados com o julgamento do outro, para serem bem pontuados. Vemos uma sociedade pasteurizada onde tudo parece forçado e artificial. Ninguém parece autêntico e real, todos agindo estritamente como se espera que se comportem.

Apesar de ser uma série de ficção, a China tem planos de adotar um sistema de crédito social, no qual cada cidadão receberá uma pontuação de acordo com seu comportamento, possibilitando o recebimento de recompensas (para os mais bem pontuados) e punições para os mal pontuados.

É a arte que imita a vida...

ou a vida que imita a arte?

Fonte:

1- Os brasileiros estão cada vez mais conectados a internet no site Terra

2- Como o social cooliing afeta a marca pessoal? por Ilana no site Ilana Berenholc

3- Entenda o sistema de crédito social planejado pela China por Samara Schwingel no site Poder360


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