Esses termos surgiram para conceituar a ideia de antropologia aplicada na internet. A antropologia é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o ser humano e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.
O nome netnografia foi criado por Robert Kozinets, pesquisador na área de marketing, que realizou um doutorado, no qual aplicou conceitos e ferramentas da antropologia no digital. Após o estudo do Roberto, os termos cyber antropologia, cyber etnografia, entre outros, acabaram sendo substituído por netnografia. Por se tratar de um conceito novo, a netnografia ganhou diferentes interpretações, e algumas vezes foi contextualizada de forma errada.
A antropologia digital aplicada (netnografia) serve para decodificar o consumidor, gerar ideias, e inovação. Para entender como ela funciona, é preciso ter a percepção de que a realidade não existe. Parece assustador, mas o que quero explicar é que as definições de realidade a qual temos acesso é, na verdade, um sistema de códigos. Se você assistiu ao filme Matrix, talvez consiga entender com mais facilidade o que quero dizer.
De acordo com a professora Valeria Brandini, cada pessoa enxerga a realidade conforme sua cultura, ou seja, não como a realidade é, mas como a identificamos. Objetos, instituições, relações, os quais nomeamos e entendemos como real, são formados por uma construção cultura de cada pessoa.
No marketing, entender esse conceito pode contribuir para uma análise mais assertiva dos dados disponíveis. É preciso excluir os vieses culturais nos quais estamos inseridos para poder entender a realidade a partir da forma de pensar do consumidor que estamos estudando.