Desde a ascensão das redes sociais é impossível pensar em estar na internet sem estar presente nesses ambientes interagindo com outras pessoas e grupos. Foi nelas que começamos a descobrir os prazeres de criar, consumir e compartilhar conteúdo no mundo digital, algo comum em nossas vidas atualmente.
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Elas ajudaram a trazer para o virtual algo que já conhecemos há muito tempo em nossas vidas offline: as comunidades. A reunião por algum interesse em comum faz parte da vida dos seres humanos, seja na internet ou fora dela. Queremos fazer parte de grupos e conviver com pessoas que possuem similaridades conosco.
E é em cima disso que as comunidades online começam a ganhar cada vez mais força.
O começo: as redes sociais
Voltando atrás e fazendo um esforço de memória, você vai lembrar que, depois de aprender a interagir nas redes sociais, seus familiares e amigos também fizeram este mesmo caminho.
A criação da "linha do tempo" foi uma verdadeira revolução e nos mostrou os acontecimentos da vida das pessoas ao nosso redor. De repente, todas elas passaram a se tornar produtoras de conteúdo, falando sobre o que gostavam, fazendo críticas ou simplesmente compartilhando uma ideia.
Tudo que fizemos em nossas vidas nos últimos anos foi criado ou compartilhado no Twitter, Facebook, Instagram ou nas outras redes sociais. Todas as viagens, festas, namoros e celebrações estão devidamente registradas para a posteridade e publicadas para que nossos amigos e seguidores possam ver também.
Porém, nem sempre tudo que acontece nas redes sociais possui um significado ou até mesmo uma devida importância. A superficialidade destes ambientes é um dos principais motivos do afastamento de muita gente das plataformas.
Quem procura por discussões mais aprofundadas e por mais densidade de conteúdo acaba procurando por outras alternativas para continuar interagindo com pessoas que tenham os mesmos gostos.
A ascensão das comunidades online
Como muitas coisas na internet, as comunidades online foram ganhando espaço sem que as pessoas percebessem. Quando se deram conta, as comunidades estavam espalhadas por toda a web e algumas já consolidadas com grandes bases de usuários e produção qualificada de conteúdo.
Mas por que isso aconteceu? Mesmo com o inegável apelo das redes sociais, não são todas as pessoas que encontram nesses canais tudo o que buscam na internet, principalmente quando falamos de um lugar que deve reunir pessoas e conteúdo.
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Por outro lado, em determinado aspecto, as comunidades online oferecem uma experiência muito mais rica do que as redes sociais. Claro que no Facebook, Twitter ou Instagram podemos encontrar de tudo, mas será que queremos o tempo todo ser "bombardeados" com assuntos que nem sempre nos interessam?
Esse é um risco infinitamente menor quando a pessoa está dentro de uma comunidade online, que costumam ser "nichadas" e falar sobre assuntos mais específicos. Isso faz com que o foco original seja mantido e os participantes consigam ter uma experiência muito mais satisfatória ao encontrar exatamente o que buscam, sem a distração que incomoda nas outras plataformas.
Substituindo as redes sociais pelas comunidades online
As lacunas percebidas nas redes sociais acabaram sendo preenchidas pelas comunidades online. Seja pelo foco mais definido ou pela qualidade e profundidade dos conteúdos, a migração de uma plataforma para a outra tem se tornado bem mais comum, principalmente nos últimos anos.
Podemos perceber que as comunidades online possuem características positivas para os participantes e também para os responsáveis por ela. Por sinal, muitos donos possuíam grupos em redes sociais, como o Facebook, e passaram a substituí-los por esses novos espaços online.
Dentro de um grupo do Facebook as regras e diretrizes sempre são definidas primeiramente pela própria rede social. Mesmo que você estabeleça um código de conduta no seu espaço, ele deve sempre estar de acordo com as orientações da rede social, caso contrário não poderá existir da forma que você deseja.
Além disso, todos os dados sobre os participantes pertencem à rede social, fazendo com que essas valiosas informações não possam ser obtidas com exatidão. Isso é essencial para comunidades de marca ou mesmo para quem deseja comercializar algo e irá precisar de toda a base de usuários.
As comunidades superaram as redes sociais?
Precisamos entender que não se trata de uma competição eliminatória em que o usuário deve escolher um ou outro. É possível, sim, viver dentro de cada um dos ambientes, investir em ambos, mas é essencial entender a proposta de cada um.
Uma rede social costuma ser mais rasa, genérica e tem a superficialidade e efemeridade como traços marcantes. Ou seja, quem está ali procura por assuntos variados, em um formato mais descompromissado e com discussões que não necessariamente vão gerar algo muito aprofundado ou relevante.
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Já dentro das comunidades online a história é bem diferente. Elas são o espaço para aqueles que querem se aprofundar em assuntos mais específicos e trocar ideias e experiências com outras pessoas do mesmo nicho. Para aqueles que buscam algo a mais, que gostam de ler, escrever e compartilhar artigos e opiniões mais complexas e debater ideias com pessoas interessadas no mesmo objetivo.
Note que isso não quer dizer que uma comunidade online sempre precisa ser séria ou sem graça. Essa é uma confusão bem comum entre quem tem o primeiro contato com elas. Pelo contrário: é possível criar ou participar de comunidades sobre qualquer tema e com qualquer linguagem, desde a seriedades da medicina até a descontração do cinema e das séries de TV. E é essa liberdade que torna uma comunidade online tão interessante.
Essa prática de trabalhar com segmentos tem conquistado mais espaço na internet e se apresenta como uma das principais tendências da área. Seja você um profissional do marketing digital ou um entusiasta em algum assunto, irá perceber que focar seus esforços para impactar um determinado grupo de pessoas é a melhor forma de conseguir mais interessados, engajamento e bons resultados.
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Esta ideia faz parte do meu livro, escrito em parceria com Marilvia de Oliveira. Nele eu falo mais sobre as comunidades e explico tudo que você precisa saber para dominar este tema que está (e deve continuar) em alta por aqui.
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